Estudantes dizem que no último dia 12, docente teria falado frases preconceituosas. ‘A Ufac repudia qualquer ato de racismo, preconceito e discriminação social’, diz instituição.
A Universidade Federal do Acre (Ufac) informou, nesta quarta-feira (19), que abriu um processo http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrativo disciplinar (PAD) para averiguar a denúncia de alunos de jornalismo, que acusam o professor Mauro Cesar Rocha de ter feito afirmações homofóbicas durante uma aula de sociologia no último dia 12.
O G1 tentou por dois dias seguidos contato com o professor através do Centro de Filosofia e Ciências Humanas, pelo telefone pessoal dele, por e-mail e redes sociais, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
“Com discurso claramente homofóbico, o citado professor fez as seguintes afirmações: ‘os homossexuais inventaram a Aids’, ‘mulheres lésbicas são frutos de abusos dos pais’, ‘homossexualidade é anomalia genética’, ‘gays não podem adotar’ e finalizou com ‘ser gay é uma opção’”, dizia a nota, que é assinada pelo Centro Acadêmico e foi divulgada na terça (18).
Além de informar sobre o processo, a Ufac também enfatizou que “repudia qualquer ato de racismo, preconceito e discriminação social, seja de identidade étnica, sexual, de gênero, religiosa ou de qualquer outra natureza, que venha ferir o direito de qualquer cidadão”, destaca a nota.
Veja a nota dos alunos na íntegra:
No dia 12 de julho de 2017 os alunos do segundo período do curso Jornalismo da Universidade Federal do Acre (Ufac) vivenciaram uma situação abusiva dentro da sala de aula. O professor de Sociologia da Comunicação, no exercício de suas atividades docentes, proferiu discurso que fere princípios básicos da dignidade da pessoa humana. Com discurso claramente homofóbico, o citado professor fez as seguintes afirmações: “os homossexuais inventaram a AIDS”, “mulheres lésbicas são frutos de abusos dos pais”, “homossexualidade é uma anomalia genética”, “gays não podem adotar” e finalizou com “ser gay é uma opção”. Ao ser questionado por um dos alunos presentes, o docente respondeu: “eu não sabia que aqui nessa sala tinha essas coisas”, referindo-se aos alunos homossexuais da sala como meros objetos.
O Centro Acadêmico do Curso de Jornalismo (CACJ) repudia todo e qualquer discurso de ódio por parte de docentes, discentes, servidores ou quaisquer membros da sociedade, seja no âmbito acadêmico, profissional ou social. Repudia, também, o ensino baseado em opiniões pessoais sem o devido fundamento teórico ao qual se destina a formação acadêmica.
Ressalte-se que o CACJ tem ciência da relação construída entre alunos e professores ao longo dos 15 anos de existência do curso de Jornalismo e que tal atitude destoa da imagem ora fortalecida e que a cada dia cresce em prol do bem-estar individual e coletivo baseado no respeito mútuo.
Como jornalistas em processo de formação, aprendemos que é nosso dever ético opor-se ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, bem como defender os princípios expressos na Declaração Universal dos Direitos do Homem e estaremos acompanhando o desenrolar dos procedimentos e tomando as providências cabíveis.
Rio Branco, Acre – 18 de julho de 2017
Centro Acadêmico do Curso de Jornalismo