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Acre registra mais de 230 mortes violentas em seis meses, diz delegacia especializada

Somente em Rio Branco foram registrados 149 homicídios, segundo delegado Rêmulo Diniz. Ao todo, 144 inquéritos de crimes cometidos na capital foram encaminhados à Justiça.

O Acre registrou 231 mortes violentas nos primeiros seis meses de 2017, sendo 149 somente em Rio Branco. Os dados foram repassados pelo delegado Rêmulo Diniz que atua na Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).


Diniz diz ainda que 144 inquéritos de homicídios cometidos na capital acreana foram encaminhados à Justiça já com os autores do crime. Outros 28 já possuem autoria, mas aguardam detalhes de perícia.


Dados do sistema de Consulta de Entrada de Cadáver do Instituto Médico Legal (IML) apontam que em cinco meses foram registradas 153 mortes violentas. Segundo o delegado, o número é baixo devido ao sistema não disponibilizar informações relacionadas a alguns municípios do interior devido a falta de um sistema integrado como o Sistema Integrado de Gestão Operacional (Sigo) que deixou de ser usado após o o contrato com a empresa fornecedora ter sido encerrado.


“A DHPP até hoje não encaminhou inquérito sem autoria. Além dos 28 que aguardando detalhes, há vários outros casos em que temos a autoria, mas ainda fazemos diligências por provas, pois não adianta apenas saber quem matou, é preciso fazer provas contra essa pessoa, determinar todas as circunstâncias”, explica.


Delegado diz que suicídios também são investigados pela delegacia, pois pode ocorrer ocultação de crime e de cadáver (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)

Delegado diz que suicídios também são investigados pela delegacia, pois pode ocorrer ocultação de crime e de cadáver (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)


O delegado destacou também que casos de suicídios também são investigados como mortes violentas. Ele explica que no primeiro momento o crime é registrado como suicídio, mas durante as investigações pode ser detectado que a situação foi criada para acobertar ocultação de crime ou de cadáver.


Outra situação apontada pelo delegado é a guerra de facções e mortes em confrontos com a polícia. Diniz explica que o estado enfrenta crimes complexos que não eram vivenciados antes dos grupos criminosos.


“Todas as mortes são verificadas para que a gente possa saber o que se deu realmente. Independente de as famílias nos procurarem, nos casos de suicídios, nós vamos investigar os casos para descartar qualquer situação. Não é preciso que ninguém represente, pois o estado tem obrigação de ir até o local e verificar”, destaca.


Investigação

A DHPP conta com dois delegados, dois escrivãos de polícia e carreira e 16 agentes atuando diretamente nas investigações, além de auxílio. O delegado diz que a equipe é reforçada e que eventualmente enfrenta problemas de material logístico, mas desde a implantação no Acre a unidade recebe investimentos.


Diniz explica ainda que possue uma equipe e plantão de 24 horas que é encaminhado à cena do crime quando a delegacia é acionada pelo Centro Integrado de Operações em Segurança Pública (Ciosp) ou tem conhecimento do crime de uma outra forma.


No local, a equipe faz diligências e busca identificar a vítima e possível autor. Além disso, isola a área, retira populares da cena e outras pessoas que possam ter envolvimento para que não ocultem provas que podem ser úteis na investigação.


“Depois disso, o caso é repassado para uma equipe que vai dar continuidade às investigações no decorrer dos dias. Como temos dois delegados, sempre que há homicídios, já consumados, um deles comparece na cena do crime. Isso é feito porque outras providências podem ser necessárias e com a presença do delegado isso pode ocorrer de forma mais rápida”, ressalta.


Delegado diz que DHPP possui equipe de plantão 24 horas  (Foto: Iryá Rodrigues/G1)

Delegado diz que DHPP possui equipe de plantão 24 horas (Foto: Iryá Rodrigues/G1)


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