Seminário foi realizado nesta segunda-feira (17) em Rio Branco. Resultados mostram que Acre conseguiu manter 87% das suas florestas preservadas.
Autoridades e representantes de instituições internacionais ligados ao meio ambiente participaram do seminário que avalia os resultados das políticas ambientes de baixo carbono ligadas ao programa de Redução das Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal (REDD). O evento ocorreu nesta segunda-feira (17) e os resultados apresentados pelo estado garantiram um repasse de 28 milhões de euros, o equivalente a R$ 100 milhões, a segunda etapa do REDD.
O REDD proporciona incentivos financeiros aos moradores do campo e da floresta que exploram sem aumentar o desmatamento. Conforme os dados apresentados, o Acre conseguiu manter 87% das suas florestas preservadas nos últimos 10 anos e alcançou 47% de redução nas emissões dos gases que causam o efeito estufa.
“Todos os anos nós verificamos as efetivas reduções. Com isso, garantimos os recursos necessários para repartir os benefícios com povos indígenas produtores familiares, produtores do complexo das florestas, comunitários e os extrativistas”, destaca a presidente do Instituto de Mudanças Climáticas (IMC), Magaly Medeiros.
Na primeira etapa do programa, a Reserva Extrativista Chico Mendes recebeu mais de R$ 35 milhões em investimento. A reserva, que compreende as comunidades dos rios Liberdade e Gregório, recebeu R$ 38 milhões. Já os Povos Indígenas receberam mais de R$ 50 milhões.
Os repasses devem ser usados no desenvolvimento de atividades como a piscicultura, por exemplo, que aproveitam as áreas já desmatadas sem precisar abrir novas clareiras. O governador do Acre, Tião Viana (PT-AC), diz que o Acre foi o único estado que decidiu conservar a natureza e assegurar o desenvolvimento, mas com conservação do meio ambiente.
“A cada 10 dólares de uma cooperação como essa, 70 dólares ficavam em serviços e apenas 30 chegavam até a ponta. Com o Acre, a cada 100 dólares, 90 chegam às comunidades e apenas 10 ficam em serviços. Isso é uma mudança enorme de paradigma”, destaca o governador.
Já o secretário de Meio Ambiente do Acre (Sema), Edegard de Deus, diz que o Acre tem o compromisso ambiental de zerar o desmatamento ilegal até 2020. Ele destaca que a valorização econômica da preservação do meio ambiente por meio de incentivo a serviços ecossistêmicos já apresenta resultados positivos para alcançar essa meta.
“Foi o zoneamento, foi a política de valorização do ativo ambiental florestal e agora a criação de incentivo aos serviços ambientais. O Acre fez o dever de casa e o que o mundo pensa, o estado está colocando em três dimensões. Isso é o que nos alegra, esse é o maior resultado que a gente pode comemorar”, finaliza.