Transplantados de fígado, rins e córnea estariam correndo risco de contrair infecção hospitalar na Enfermaria “C” do Hospital das Clínicas de Rio Branco. O ambiente, também chamado “Enfermaria Cirúrgica”, não seria adequado para a recuperação desses pacientes, considerados um grupo especial. A presidente do Spate, Rosa Nogueira, considerou “gravíssima” a decisão do governo de juntar todos os pacientes na mesma ala. “Todos sabemos que os transplantados precisam de cuidados especiais. São pacientes com imunidade muita baixa, especialmente por conta da da imunodepressão natural durante o pós-operatório. . Para uma recuperação satisfatória, devem ser isolado em ambiente adaptado”, disse a sindicalista, que encaminhou ofício, nesta quinta-feira, pedindo explicações da superintendente do HC, Juliana Quintero.
A http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração do hospital mantinha os transplantados em ambiente específico até o início desde ano, quando decidiu levá-los à Enfermaria “C”. O sindicato pede que a superintendente explique as razões para essa decisão. Além do alto risco de infecção aos transplantados, o Spate pede atenção da Secretaria de Saúde sobre a integridade física dos enfermeiros, técnicos e auxiliares que trabalham no setor.
“Esses profissionais estão sendo obrigados a cuidar de todos os pacientes ao mesmo tempo. A legislação vigente recomenda que os enfermeiros que cuidam dos transplantados não sejam destacados para outras funções. A dedicação deve ser exclusiva, com treinamento específico para esse tipo de paciente, considerando a gravidade dos procedimentos cirúrgicos”, declarou Rosa Nogueira. O sindicato recebeu relatos de profissionais que sofreram contaminações de natureza leve, em decorrência da exposição a vários ambientes hospitalares ao mesmo tempo.
Outro lado
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Yotaro Suzuki, gerente geral do HC, disse “não houve fechamento de enfermarias”. Ele explica que alguns transplantados devem ser levados para a Enfermaria Cirúrgica por causa de “intercorrências tardias”, não havendo a necessidade de interná-los nos ambientes específicos. O médico disse que assumiu interinamente a superintendência do HC nesta quarta-feira, e ainda não recebeu o ofício do sindicato. “Iremos responder os questionamentos. É bom lembrar que o Acre tem indicadores muito bons na área de transplantes. Nunca nenhum paciente foi prejudicado”. Segundo ele, os profissionais de saúde também não estão expostos a supostas contaminações.