Transplantado e mulher com doença crônica denunciam falta de medicamento em rede pública no Acre

As famílias de Antônio Pereira, que passou por um transplante de medula óssea, e de Maria Linhares, que sofre de uma doença crônica chamada retocolite ulcerativa, denunciam a falta de medicamentos para tratar as doenças no Centro de Referência para o Programa de Medicamentos Excepcionais (Creme), no Hospital das Clínicas, em Rio Branco.


A gerência do Departamento de Assistência Farmacêutica informou que os medicamentos referidos são disponibilizados somente no Creme. O órgão destacou que a unidade já fez o pedido dos medicamentos e aguarda a chegada para fazer a entrega aos pacientes. A gerência reiterou que entra em contato com todos os pacientes por telefone para informar da disponibilidade da medicação.


A irmã de Pereira, a http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistradora Ana Letícia, de 30 anos, diz que o irmão precisa tomar ciclosporina de 100 mg duas vezes ao dia, mas há mais de três meses a medicação não está disponível no Creme.
Ana relata que o irmão faz acompanhamento a cada três meses, mas ao ligarem no Centro, a http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração pediu que esperassem mais 15 dias até a chegada do remédio. A ciclosporina ajuda na produção sanguínea de glóbulos vermelhos. Sem o medicamento, ela conta que Pereira, que fez o transplante em 2008 e toma a medicação desde então, fica apático.


“Eles dizem que foi feita uma licitação e que aguardam. Essa medicação é muito importante e não temos como comprar, pois é tão controlada que não vende na rede privada. Sempre dão algum prazo, mas a medicação nunca chega”, lamenta.


Já a filha de Maria, a estudante Jéssica Linhares, de 20 anos, diz que a mãe passou dois anos comprando a medicação para tratar a inflamação no intestino até conseguir a documentação necessária para obter o remédio na rede pública. A paciente toma duas cápsulas de sulfassalazina a cada oito horas. Porém, há mais de um mês o remédio não está disponível.


Jéssica relata ainda que a mãe comprava o remédio na farmácia popular por R$ 72 com 180 cápsulas e que ela tomava por mês, mas também está em falta. Em uma outra farmácia, o medicamento chega a R$ 400 nessa mesma quantidade.
“Ela não pode parar de tomar, pois volta a sentir os sintomas da doença como diarreia, náuseas e rapidamente perda de peso. O preço na farmácia popular era acessível, mas agora a situação está muito complicada. Ela tentou comprar no início do mês e optou por não comprar devido ao preço. Só queríamos que parassem de nos dar prazos e nos dessem o remédio”, lamenta.


Saúde já foi condenada por falta de remédios


Os dois remédios usados pelos pacientes nos tratamentos fazem parte do Grupo 2 do Componente Especialiado da Assistência Farmacêutica (Ceaf). A Sesacre chegou a ser condenada, em 22 de maio deste ano, pela juíza de Direito da 2ª Vara de Fazenda Pública da Comarca de Rio Branco, Zenair Ferreira Bueno, a adquirir medicamentos desse grupo em caráter de urgência após uma ação civil do Ministério Público do Acre (MP-AC).


A decisão favorável foi concedida após o promotor de Justiça de Defesa da Saúde do MP-AC, Glaucio Ney Oshiro, pedir uma antecipação de tutela, antecipação dos efeitos condenatórios de uma sentença, para um paciente que necessitava do medicamento formoterol e budesonida. O homem afirmou ao órgão que tomava o remédio há cinco anos e sempre o obteve na rede pública.


Na época, o MP-AC requisitou documentos da Saúde e foi informado de que a cobertura de medicamentos era de 59%, assim, mais de 40% dos remédios estavam em falta. Com informações Quésia Melo


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