Depois de esperar por oito meses pela manifestação oficial do governo, os servidores do Serviço Social de Saúde do Acre (Pró-Saúde) cansaram e já se preparam para radicalizar. Na próxima terça-feira (27) os trabalhadores desta empresa pública vão fazer uma paralisação de advertência e manifestações públicas pela cidade.
O Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do Estado do Acre (Sintesac) tem mantido uma agenda de visita a todas as unidades de saúde do Estado, onde existem servidores contratados pelo Pró-Saúde, para mobilizá-los para a manifestação.
Os problemas enfrentados pelos servidores do Pro-Saúde vão desde a discriminação, péssimas condições de trabalho, até salários extremamente defasados – alguns inclusive recebem complementação de salário mínimo.
Oito meses de silêncio
Quase dois anos após as primeiras tratativas e sete meses após a data-limite para a apresentação de uma proposta salarial, gratificações, redução da jornada e melhorias nas condições de trabalho, os quase dois mil servidores do Pró-Saúde ainda esperam uma reposta por parte do governo do Estado e uma demonstração de respeito.
Adailton Cruz, presidente do Sintesac, ressaltou os sete anos sem reajustes, com salários defasados e corroídos pela inflação. “Os servidores do Pró-Saúde estão prontos para a luta, iniciando com a paralisação de um dia e a possibilidade de greve geral. A defasagem salarial é tanta que um técnico de laboratório do Pró-Saúde ganha um salário mínimo para salvar vidas”, disse.
Governo não cumpre promessa
Em ofício datado de 23 de junho de 2016 (OF./DA/N° 430/2016), o governo do Estado por meio do seu representante, Irailton Lima, prometeu que as discussões iriam se aprofundar em uma segunda rodada de negociações a partir de novembro daquele ano.
“Passados oito meses da data-limite e feitas várias tentativas de contato por parte do Sintesac, não houve resposta. Isso levou os servidores do Pró-Saúde a optaram por uma paralisação de alerta. O sindicato quer negociar, mas o governo, além de não cumprir com a palavra empenhada, ainda dificulta os contatos”, disse o presidente Sintesac.
Trabalho aumentou e carteira ficou mais vazia
Segundo os trabalhadores, com as demissões dos servidores irregulares da Sesacre, houve um aumento na carga de trabalho já estafante. “A situação deles é tão complicada que são os únicos obrigados a usar o ponto eletrônico, e se esquecerem de bater a saída, têm o dia descontado. O tempo disponível para o almoço dos plantonistas é de apenas 15 minutos”, ressaltou Adailton.
“O governo do Estado precisa honrar a palavra empenhada com a categoria no ano passado e sua omissão em cumprir com o acordado pode resultar em sérios problemas para a assistência, pois não dá para trabalhar e a cada mês receber proporcionalmente menos. E esse drama se arrasta há sete anos”, destacou Adailton.
Para ele, o sindicato está aberto à negociação e vai continuar buscando o diálogo e os avanços junto à equipe de governo e do Pro-Saúde, na espera do cumprimento das agendas e de uma proposta no mínimo justa para os trabalhadores.
ASCOM SINTESAC