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Presídio veta roupa curta, decotada, preta, azul e até agasalhos. Ambulantes lucram em dias de visita

Quartas e sábados são dias de visita. Namoradas e esposas de presos, embora avisadas, continuam se apresentando com vestimentas que o Instituto de Administração Penitenciária (Iapen) considera impróprias ou proibidas. O resultado são desavenças quase sempre inevitáveis com agentes penitenciários e militares que fazem a revista, e as longas caminhadas de volta, até o comércio que fica do lado de fora da cadeia, onde o aluguel de roupas rende bons lucros aos ambulantes. Cada peça alugada custa R$ 3,00 – um dinheiro que Tereza Freitas dos Santos não dispunha. Ela voltou pra casa ser ver o marido. As fotos dos filhos menores e 0 lanche carinhosamente preparado sequer chegaram à cela onde o homem cumpre pena por tráfico de entorpecentes. “Isso é uma P….”, resmungou.


O que é proibido


Mulher mostra o agasalho em algodão que precisou tirar para visitar o marido


Os agentes penitenciários estão orientados a barrar as mulheres que tentam fazer a visita usando roupas pretas ou azul escuro.Qualquer peça jeans também está vetada. Os decotes, mesmo que discretos, não são permitidos, sejam na frente, deixando os seios à mostra, seja na parte de trás, expondo parcialmente a nudez das costas. Nesta quarta-feira, apesar do sol, o vento frio fez muitas visitantes colocar agasalhos. Para surpresa de Gigliane de Souza, ela foi impedida de entrar. “Isso é um absurdo. Não há nada aqui (no agasalho, de algodão). Tudo isso é pra frescar com a gente”, criticou. A mulher precisou alugar uma camiseta com manga até o antebraço, do contrário não teria visto o esposo. Roupas com qualquer tipo de botão é vetado, assim como sapatos que tenham algum acessório em metal.


O drama
Situação mais vexatória passou uma dona-de-casa que não quis ser identificada. Acima do peso, ela compareceu com um vestido que, na opinião de muitos, é uma roupa normal. No entanto, para a http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistração do presídio, a peça de roupa expõe as pernas da mulher e, portanto, ela precisava trocar por algo menos chamativo. Foi difícil encontrar algo que lhe servisse nas barracas onde o estoque de roupas usadas é vasto. “Vestido tem que ser longo, senão eles mandam voltar”, explica dona Francisca dos Santos, que vende salgados e, nos dias de visita, melhora o faturamento alugando roupas.


Alheio ao movimento incomum, o ambulante Carlos Almeida revela que não aluga mais roupa para as mulheres dos presos. E explica por que:e: Eles não devolveram minhas roupas. Não tenho mais nada pra alugar aqui, conta o ambulante. Desconfiados, os donos das barracas estão pedindo garantias de que as roupas alugadas serão devolvidas.



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