Morre carioca encontrado e resgatado por amigos na Cracolândia

O ex-aluno do Colégio Santo Inácio Carlos Eduardo Albuquerque Maranhão, 46 anos, que havia sido reencontrado por amigos após ser entrevistado na Cracolândia pelo O Globo, morreu nessa quarta.


Sarda, como era conhecido, acabou sendo resgatado pelo grupo, que o reconheceu no vídeo. Ele estava internado em uma clínica em Araras, região serrana do Rio.


Leia abaixo o texto escrito por Carlos Moreira, um dos amigos de Sarda:


“Nosso Sarda faleceu há poucas horas atrás durante o período mais crítico de abstinência pela qual passava. Estou vazio, com as emoções bloqueadas e preso dentro de um avião com wifi. Tristeza profunda. Entreguei a notícia à família com um enorme peso nas costas. Eu sou parte de um grupo de pessoas que agiram de forma coordenada e movidas por um só sentimento que é o amor. No entanto me sinto responsável pelas ações que executei pessoalmente (sic). Confesso que faria tudo o que fiz novamente. Imagino que o grupo também. Sem tirar nem por. O Sarda disse em determinado momento que se chegássemos 3 meses mais tarde ele nao estaria mais vivo.
Disse tambem que se nao fosse pra ir pra clinica em questao ele preferiria ficar onde estava. Ao chegar na clinica disse que havia mais de 6 anos que ele nao via grama.
Nos resta o consolo de que nosso amigo, onde quer que ele esteja, chegou la de forma mais digna do que chegaria se ainda estivesse numa Cracolandia. Que nossos pensamentos estejam com ele e tambem com a familia, a quem ofereço tudo que estiver ao meu alcance pra diminuir a dor do momento.
Indo alem, amo o Sarda e a uniao que ele gerou em tantas turmas diferentes. E que esta uniao gere reflexao sobre o que podemos fazer nesta vida e nao fazemos por falta de coragem que sobrava no nosso amigo. Amo tambem a vida e agora preciso organizar as prateleiras do meu coracao.
Um agradecimento sincero e um abraco apertado em todos que apoiaram, acreditaram e contribuiram. Ofereceremos a melhor conducao possivel ao Sarda e a familia nesta etapa final. Nosso grupo esta presente agora com a familia e na clinica acompanhando e dando todo o suporte logistico e financeiro necessario. Estarei de volta ao Rio o mais rapidamente possivel.
Espero sinceramente ser compreendido e ser aceito na missa de setimo dia (ou algo assim) pois preciso dividir o que esta dentro de mim agora e que ainda nao consigo escrever. #SomosTodosDestaTurma”, concluiu.


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