Vigilante agora usa colete à prova de balas, mas precisam de uma arma para proteger a si, aos funcionários, aos pacientes e ao patrimônio público
O acesso ao Centro Cirúrgico do Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), pela chamada porta de baixo, ainda é intenso após a invasão que mandou para a ITU um vigilante, na semana passada. O trabalhador foi alvejado abaixo da costela e, após ser submetido a cirurgia, apresenta quadro clínico estável.
Insegurança
Pressões da sociedade, de parentes de pacientes e dos sindicatos não sensibilizaram a direção da unidade como se esperava. O governo autorizou o uso de coletes à prova de balas, mas os vigilantes que dão plantão ali permanecem desarmados.
Risco calculado
A direção do hospital alega que existe uma cláusula no contrato com a empresa que contrata os vigilantes, segundo a qual há risco de pacientes se apossarem da arma de fogo num eventual descuido. Um funcionário que pediu anonimato afirmou que a direção do Huerb sustenta o seguinte argumento: os vigilantes quase sempre são chamados na ala de pacientes com doenças mentais, havendo perigo iminente. Os vigilantes não falam abertamente sobre a insegurança no trabalho, mas admitem que o plantão quase sempre é tenso.
Coletes e armas são fornecidos apenas aos vigilantes que trabalham nas portarias da Emergência e Acolhimento. O vigia do portão que dá acesso ao necrotério também só usa a farda como instrumento de intimidação.