O deputado Daniel Zen (PT), líder do governo na Assembléia Legislativa, sempre foi tratado pela maioria dos educadores como um “traidor”. Ficou a mágoa e o trauma de uma ingratidão sem preço. O próprio Sinteac, entidade que representa a categoria, emitiu seu posicionamento claro e sem rodeios: “ele não é da educação e não nos representa. Ele enganou quem votou nele. Esse deputado virou as costas quando os trabalhadores mais precisavam de apoio”, disse a presidente do sindicato, a professora Rosana Nascimento. Os momentos de maior decepção ocorreram na maior greve da história da Educação no Acre, no ano de 2015. Naquele instante, os funcionários de escola, que ganham menos de um salário mínimo na carteira, eram ameaçados de demissão e viraram alvo de um assédio moral jamais visto em repartições públicas. O recado era dado, na maioria das vezes, por diretores de escola ligados ao governo: se fossem para a greve, também teriam os dias descontados. O movimento por melhores salários não esmoreceu e sobreviveu.
“Nunca os trabalhadores precisaram tanto de um político com a influência do Daniel Zen. Mas, infelizmente, esse deputado se limitou a fazer discursos superficiais, sem nenhuma praticidade. Acredito que uma representatividade política de verdade teria intermediado uma negociação com o governo. O resultado foi uma grave histórica, marcada pela resistência da maioria, mesmo que os alunos tenham sido prejudicados com o encurtamento do ano letivo”, lembra Rosana Nascimento
Zen jamais prestou solidariedade aos educadores, seja usando a tribuna da Aleac, seja pessoalmente, nas assembleias e reuniões deliberativas da categoria. Agindo como se nada tivesse acontecido, o deputado parece apostar que os educadores do Acre sofram de amnésia. Sua assessoria para a pré-campanha a governador faz circular banner´s dirigidos aos funcionários. “Educação em movimento. Venha participar do ato em prol da pré candidatura a governo do nosso Daniel Zen”, diz a publicidade.
