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Ao menos 80 carcereiros mudaram de casa após ameaças de morte no Acre, diz associação

A Associação do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen-AC) afirma que cerca de 80 agentes penitenciários no estado tiveram que mudar de endereço após ameaças de morte somente este ano. O sistema carcerário acreano foi fiscalizado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ) na última semana. Superlotação e tensão entre facções foram alguns dos problemas identificados.


São na totalidade 1.045 agentes, de acordo com dados divulgados pelo presidente da Asspen-AC, José Janes, nesta segunda-feira (5). Porém, 800 atuam diretamente com os presos. O restante, segundo ele, está afastado – alguns servidores se ausentaram por desenvolverem problemas psicológicos.


“Praticamente 90% da classe que trabalha diretamente com o preso já recebeu ameaças. Algumas são concretizadas e, por isso, 80 já se mudaram só neste ano. Eu mesmo já fui abordado duas vezes fora do presídio. As ameaças são bem constantes, somente na última sexta [2], dois agentes saíram de casa”, relata.


O Instituto de Administração Penitenciária (Iapen-AC) informou, por meio da assessoria de imprensa, que tem conhecimento dos casos de ameaças e ressaltou que é uma realidade vivenciada por todos que atuam como operador de segurança. Segundo o órgão, existem medidas para a vida dos agentes durante ações ostensivas nas unidades.
O CNJ realizou a vistoria através do Grupo Especial de Monitoramento e Fiscalização (GEMF), que queria monitorar a situação em toda a Região Norte para criar um relatório com propostas de solução do problema.


Crimes contra agentes


Em fevereiro deste ano, o agente penitenciário Romário Cavalcante Alexandrino, de 28 anos, foi morto em uma emboscada na própria casa na Vila do V, em Porto Acre. Ele estava em casa com a esposa e o cunhado, que também foi atingido por tiros. Cinco homens encapuzados invadiram o local e começaram a realizar os disparos.


Já na última quarta (31), uma servidora teve um dedo da mão decepado na unidade feminina do Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde. Uma das presas fingiu passar mal e chamou a agente. A mulher teve a mão prensada contra a parede por um grupo de detentas. Um motim ocorreu na unidade, no último sábado (3), devido à suspensão das visitas. Com informações g1acre


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