O estudante americano Otto Warmbier, libertado pela Coreia do Norte nesta semana em coma mais de um ano depois de ser condenado a realizar trabalhos forçados, sofreu “danos neurológicos graves”, disse uma funcionária hospitalar.
Otto, 22, está em condição estável recebendo tratamento desde terça-feira (13) no Contro Médico da Universidade de Cincinnati, afirmou a porta-voz do hospital, Kelly Martin, em entrevista coletiva nesta quinta (15).
A entrevista foi realizada na escola em que o Otto cursou o colegial, na cidade de Wyoming, no Estado americano de Ohio.
Fred Warmbier, pai do estudante, disse na entrevista que seu filho foi “brutalizado e aterrorizado” pelo regime norte-coreano.
“Sinto alívio que Otto está em casa agora nos braços de quem o ama e [sinto] raiva por saber que ele foi tratado tão brutalmente por tanto tempo”, declarou.
Ele também refutou a versão das autoridades de Pyongyang, de que seu filho teria entrado em coma após contrair botulismo e tomar uma pílula sonífera. “Nós não acreditamos em nada que eles dizem”, afirmou.
Otto foi preso na Coreia do Norte em janeiro de 2016 e condenado, em março daquele ano, a 15 anos de trabalho forçado por realizar “atos hostis”. Em seu julgamento, o estudante confessou ter tentado roubar um cartaz de propaganda no país.
O regime norte-coreano disse nesta quinta-feira por meio da sua agência de notícias estatal KCNA que liberou o estudante “por razões humanitárias”.
Segundo a agência de notícias Reuters, a liberação de Otto ocorreu após contatos diplomáticos secretos feitos por Joseph Yun, funcionário do Departamento de Estado.
Outros três americanos seguem detidos na Coreia do Norte, o que contribui com as tensões entre os dois países.
Os Estados Unidos acusam o regime norte-coreano de usar as detenções enquanto instrumento de chantagem. Por sua vez, Pyongyang acusa a Coreia do Sul e os Estados Unidos de enviar espiões para seu território. Com informações da Folhapress.