Alunos espalham cartazes em escola no Acre como forma de combate ao machismo

O Observatório de Sociologia e Gênero, como o trabalho foi chamado, estava dentro do cronograma da disciplina como parte do debate de gênero, explica o professor Ney Araújo, de 33 anos, que orientou os alunos. Os cartazes, segundo ele, ficaram expostos durante 10 minutos durante o intervalo, tempo suficiente para despertar reações.

“A intenção era medir o nível crítico dos alunos do 3º ano [publico-alvo] expondo temas delicados sobre gênero. Foi um mês de preparo, com debates temáticos em sala de aula, onde os alunos foram instigados. Eles puderam relatar o quanto que o assédio e machismo os incomoda e o quanto é velado”, conta.

“Não fale palavrão, não fica bem para uma mocinha”, “caminhar por um espaço público não torna meu corpo público” ou “ensine os homens a respeitar, não as mulheres a temer” foram algumas das frases usadas para instigar o assunto.

Araújo ressalta a importância de debater temas como “gênero” dentro da escola. “O observatório teve apenas 10 minutos, mas foi o suficiente para demonstrar uma reação imediata entre os alunos, principalmente nas redes sociais. A temática é importante para tirar o senso comum e mostrar que existe violência contra a mulher, LGBTs e etc. e o quanto isso é velado”, acrescenta.

A diretora do colégio, Irizane Vieira, afirma que a instituição costuma trabalhar questões relacionadas a temas que geram polêmicas sociais. Para ela, é papel fundamental da escola promover esclarecimentos nesse sentido. Outras atividades ainda estão previstas para este ano.

“Precisamos esclarecer os nossos jovens em relação à questão do machismo velado, que precisa parar de existir e prevaler o respeito. O respeito é que vai gerar a tolerância, o fim do extremismo que gera tantas atrocidades no mundo”, finaliza.