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Agente penitenciário que levou tiro no rosto na frente do filho ficou cego, diz Asspen

A Associação dos Servidores do Sistema Penitenciário do Acre (Asspen) confirmou neste sábado (17) que o agente penitenciário Paulo Oliveira, 37 anos, que caiu em uma emboscada e foi baleado no rosto na noite de quarta-feira (14), perdeu completamente a visão dos dois olhos. Segundo a associação, o oftalmologista que atendeu Oliveira no Hospital de Urgência e Emergência (Huerb), onde está internado, descartou a possibilidade dele voltar a enxergar.


O crime ocorreu no bairro Taquari. De acordo com informações da Asspen, o suspeito era conhecido de Oliveira, e que chegou na casa dele, na Cidade do Povo, pedindo que o levasse a um determinado local. Ao chegar no bairro Taquari, o criminoso mandou que o agente descesse do carro e atirou contra a vítima na frente do filho de três anos.


A reportagem tentou saber mais detalhes sobre o estado clínico do paciente com o diretor do Huerb, Fabrício Lemos, mas não obteve sucesso até esta publicação. A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre), mas não obteve resposta.


O diretor de comunicação da associação, Lucas Bolzoni, afirmou que o agente ainda não passou por cirurgia devido o rosto ainda está muito inchado. Segundo ele, os médicos informaram que Oliveira vai passar por um procedimento cirúrgico apenas para a retirada de resíduos que ficaram em seu rosto, mas que não será possível recuperar a visão.


“O médico oftalmologista que ficou de avaliar o quadro dele confirmou que ele vai ficar cego dos dois olhos e que vai passar por cirurgia somente para retirar algumas coisas que ficaram para evitar mais inflamação. Apesar disso, ele passa bem, conversa com a gente. Esperamos que ele se recupere logo”, afirmou Bolzoni.


Com receio de mais represália, agentes estão fazendo escolta no hospital onde Oliveira está internado. Bolzoni lembrou que esse é o terceiro caso contra agentes penitenciários na capital acreana em 2017 e pediu mais atenção por parte da segurança pública.


Ele se referiu ao caso do agente Romario Cavalcante Alexandrino, de 28 anos, que morreu na no dia 22 de fevereiro deste ano após sofrer uma emboscada dentro da própria casa na Vila do V, interior do Acre. Mais de dois meses depois o suspeito, identificado pela Polícia Militar como Diemeson Antonio Silva de 19 anos, foi preso.


O segundo caso foi o da agente Daniele Souza, de 43 anos, que perdeu parte de um dedo da mão esquerda quando uma presa deu um chute na grade e prendeu o dedo dela na parede. O caso ocorreu no dia 31 de maio na Unidade Feminina do Complexo Prisional Francisco d’Oliveira Conde (FOC), em Rio Branco.


 


Iryá Rodrigues


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