Temer usa ‘Carne Fraca’ para justificar encontro com Joesley, mas operação só ocorreu 10 dias após

“Quando tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da Carne Fraca”, disse o presidente

O presidente da República, Michel Temer, disse acreditar que o motivo para ter recebido a visita do empresário Joesley Batista, da JBS, na calada da noite no Palácio do Jaburu no dia 7 de março foi a Operação Carne Fraca, mas tal investigação só foi deflagrada dez dias depois, no dia 17 de março. Em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”, o presidente justificou a operação que abalou o setor de carnes como motivo para o encontro. Segundo a assessoria da Presidência, Temer se enganou na resposta. (TUDO SOBRE A “REPÚBLICA GRAMPEADA”)


“Mas veja bem. Ele é um grande empresário. Quando tentou muitas vezes falar comigo, achei que fosse por questão da Carne Fraca. Eu disse: “Venha quando for possível, eu atendo todo mundo”, disse Temer na entrevista.


O encontro de Temer por Joesley ocorreu no dia 7 de março, como confirmado por ambos, e é possível ouvir no áudio pela programação da rádio CBN, que o empresário ouvia em seu carro quando entrou no Palácio do Jaburu.


A Operação Carne Fraca, porém, só foi deflagrada dez dias depois. O governo disse, na ocasião, ter sido pego de surpresa com a investigação, que mostrou fiscais agropecuários cobrando propina de empresas do setor e levantou dúvidas sobre a qualidade da carne brasileira. Um funcionário da JBS foi citado naquela Operação.


Temer afirmou ainda na entrevista não saber do fato de que Joesley era investigado. Dias antes do encontro, porém, teve amplo destaque no noticiário o fato de o Ministério Público ter pedido o bloqueio de bens do empresário em uma das investigações. Joesley já era alvo das Operações Sépsis, Greenfield e Cui Bono? quando foi recebido por Temer e lhe revelou qual a estratégia que vinha desenvolvendo para se livrar das investigações.


A assessoria da Presidência da República informou ao GLOBO, por telefone, que o presidente se enganou na resposta dada à Folha.


ContilNet


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