A segunda maior cidade do Acre, Cruzeiro do Sul, vem sofrendo com a falta de neurologista há mais de um ano, segundo informações do próprio Estado. A cidade, a 648 km de Rio Branco, com quase 80 mil habiatantes, não dispõe um neuro no Hospital do Juruá.
O representante do governo na cidade, Itamar de Sá, disse que a falta do serviço de neurologista se dá devido à carência de profissionais na área. Ele diz ainda que os procedimentos que necessitam da avalição desse especialista são encaminhados para a capital.
“Em algumas situações, o Hospital entra em contato com a capital e há a transferência aérea do paciente. A Sesacre já está trabalhando no sentido de contratar uma empresa com profissionais nessa área, como ocorre em Rio Branco, para que possa acontecer esse atendimento em Cruzeiro do Sul. Vale lembrar que esse problema é nacional, essa carência de neurocirurgiões e de outras especialidades”, afirma.
Recentemente, a servente Artemísia Silva de Souza, de 36 anos, perdeu o filho Daniel de Souza da Silva, de 15, após o garoto dar entrada no Hospital do Juruá no dia 25 de abril. Segundo a mãe, o rapaz estava jogando bola, quando caiu e bateu a cabeça. Duas horas depois de dar entrada no hospital, o rapaz foi diagnosticado com morte cerebral.
“Ele tava jogando bola, mas foi uma pequena queda. Ele entrou no hospital andando e falando, reclamava apenas de dores de cabeça. Pouco tempo depois, meu filho já foi levado pra UTI e teve morte encefálica, seis dias depois ele morreu”, relembra.
Artemísia falou ainda que essa foi a segunda vez que o drama se repetiu na família, pois há 20 anos a mãe dela também morreu em decorrência de uma pancada na cabeça. “Eu perdi minha mãe em decorrência de uma queda e agora não tinha especialista para o meu filho, se tivesse, ele poderia estar vivo hoje”, lamenta.
A mãe ainda afirma que vai lutar enquanto conseguir para que outras pessoas não passem por essa situação. “Vou fazer o possível para poder conseguir que se olhe pela nossa população pra que outras mães não precisem chorar pelos filhos”, finaliza.
G1