Ícone do site Ecos da Noticia

Questionário no Facebook avalia opiniões sobre implantação de Uber em Rio Branco

RBTrans informou que app não deve operar na capital acreana por não possuir regulamentação. AJE-AC diz que Uber pode ser oportunidade para empreendedores.

Após a Prefeitura de Rio Branco informar que o serviço de transporte alternativo Uber não deve operar na capital acreana até que seja regulamentado pelo Poder Executivo, a Associação de Jovens Empresários do Acre (AJE-AC) decidiu fazer um questionário no Facebook perguntando a opinião da população. Na enquete, as pessoas devem responder se são contra, a favor ou indiferentes ao serviço e explicar o motivo.


A Superintendência de Transportes e Trânsito de Rio Branco (RBTrans) diz que não existem regras especificando os serviços oferecidos nem o pagamento de contribuição ou qualquer tipo de imposto. O órgão afirma que a frota de táxi existente atualmente em Rio Branco atende a demanda.


Thiago Cabral, diretor de inovação da AJE-AC, diz que o índice de desemprego em Rio Branco é alto e o Uber seria uma oportunidade para empreendedores. Porém, destaca que é necessário conversar com os sindicatos e colocar o aplicativo em pauta para evitar casos de agressões aos motoristas do transporte alternativo, como ocorre em outras cidades.


“Temos que evitar a violência, somos abertos ao debate. O que propomos é que haja discussão com números e que sejam apontados os benefícios e os números que hoje estão com os sindicatos”, diz.


Associação fez um questionário perguntando a opinião da população sobre o Uber, em Rio Branco  (Foto: Reprodução/Facebook)

Associação fez um questionário perguntando a opinião da população sobre o Uber, em Rio Branco (Foto: Reprodução/Facebook)


A associação também propõe um estudo do gastos da prefeitura com a locação de carros e combustível e se o Uber não conseguiria baixar esses custos. Além disso, argumenta que, apesar do número de táxistas, há mais de mil pessoas trabalhando como “pirangueiros” – transporte ilegal de passageiros – e que poderiam usar o aplicativo.


“Já foram proibidas as vans, mas não temos qualidade no serviço de transporte público. Além disso, falta estudo sobre a mobilidade urbana. Precisamos conhecer a opinião das pessoas e todos disseram que eram a favor, mas precisamos trazer isso para a nossa realidade e não comparar com outras cidades como Rio de Janeiro e São Paulo. É preciso saber que o Uber é compartilhado, se a pessoa pegar o carro sozinho o preço não cai”, afirma.


Nesta segunda, a RBTrans divulgou uma nota e disse que atualmente a capital acreana conta com 612 táxis regulamentados, sendo reconhecida como uma das frotas mais novas do país com idade em média de 3 anos. O órgão argumentou que os profissionais são credenciados, possuem pontos de parada fixos, são identificados e padronizados. Além disso, realizam cursos periódicos de direção defensiva e primeiros socorros.


O órgão reforçou que o Uber não possui regulamentação federal e que vai aguardar a tramitação do Projeto de Lei nº 5587/2016 que, após discussão na Câmara Federal, seguiu para o Senado. Cabral diz que o Uber também paga impostos, ao contrário do que diz a RBTrans, e que o app não tem isenção de impostos como os taxistas e paga Imposto Sobre o Serviço (ISS) por nota fiscal emitida.


“Todo mundo é a favor no questionário. Agora, vamos perguntar se essas mesmas pessoas estão dispostas a dividir um táxi, por exemplo. Ou quantas pessoas do mesmo bairro vão para o trabalho de manhã e se não podem dividir o carro com os vizinhos? Dar carona? Isso é economia compartilhada e o Uber tem que ser visto assim. Em outras cidades nem usam mais o Uber, já surgiram ferramentas mais baratas”, destaca.


Uber

O serviço de transporte alternativo Uber desencadeou um movimento de taxistas em várias cidades do mundo. No Brasil, houve manifestações em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília para que o aplicativo seja proibido.


O argumento dos que são contra o aplicativo é que se trata de prática ilegal do serviço de táxi. A empresa, por sua vez, diz oferecer uma forma diferente de transporte, que ajuda a diminuir o trânsito e gerar renda para as pessoas.


G1


Sair da versão mobile