A mulher do operador de motosserra Francisco Dias de Lima, de 38 anos, diz estar sem notícias dele há quase quatro meses. Segundo Selma do Nascimento de Lima, de 25 anos, Lima saiu de casa para trabalhar em uma fazenda no distrito de Vista Alegre do Abunão, na cidade de Porto Velho, em Rondônia, e não deu mais notícias. A dona de casa fez um boletim de ocorrência na delegacia de Sena Madureira, interior do Acre.
“Quando ele ia, depositava dinheiro, o patrão dele ligava e agora não ligou. Achei o número do patrão dele, liguei e quando falei no nome dele [Francisco] desligou o telefone e não atendeu mais. Não tenho o contato de mais ninguém. Disse que não conhece ele”, contou.
Por causa do sumiço do marido, Selma diz que precisou deixar a colônia onde mora, localizada no Seringal Sardinha, zona rural de Sena, e ficar na casa de parentes na cidade enquanto busca informações do marido. “Estou há duas semanas procurando notícias dele e os filhos também. Estou na casa da minha irmã. Estou comendo às custas dos outros e passando necessidade”, comentou.
Após registrar o sumiço do operador, a dona de casa falou que foi aconselhada a voltar na delegacia, caso soubesse de alguma informação. Na quinta-feira (18), Selma diz que foi voltou na unidade e foi maltratada pelos policias.
“Ontem [quinta-feira, 18] voltei e o que me responderam foi que eu procurasse um trabalho, que estava querendo pensão. Disse que estava querendo meu marido porque estou passando fome, tenho uma filha de nove meses que toma mingau e não tenho mais condições de comprar leite para ela. Não falei com nenhum delegado, mandaram em vir embora e procurar a Defensoria Pública para procurar pensão. Quase fui expulsa de lá, nem o escrivão me atendeu”, reclamou.
O delegado Marcos Frank negou que a dona de casa tenha registrado boletim pelo sumiço do marido. Segundo Frank, Selma chegou na unidade pedindo que a polícia ligasse para Lima exigindo a pensão dos filhos.
G1