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No AC, atoleiro interdita rodovia por quase três dias e gera fila de quase 100 km de extensão

Dnit diz que fluxo está lento, mas que já foi liberado. Trecho foi liberado no início da tarde desta quinta.

s más condições da rodovia BR-364 tem dado dor de cabeça para os motoristas que se aventuram na estrada que liga Rio Branco a Cruzeiro do Sul, interior do Acre. A situação se complicou na terça-feira (24), quando quase 200 veículos não conseguiram seguir viagem e formaram uma grande fila com cerca de 90 km de extensão.


Os transtornos aos usuários foram muitos, inclusive, após o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) ter anunciado, ainda na quarta (24), que a trafegabilidade estava liberada, sendo que ninguém conseguia passar no local, que só foi desobstruído no início da tarde de quinta-feira (25).


O superintendente do Dnit, Thiago Caetano, informou que a polícia esteve no local nesta quarta-feira para liberar o fluxo e que há equipes trabalhando.


“Desde ontem [quarta,24] eles me informaram que a máquina tinha chegado ao local e a PM liberou o fluxo. Está passando, devagar, mas tá passando. Tive uma reunião com a empresa que me informou que há duas equipes trabalhando. Ac


redito que a BR não esteja mais interditada”, diz.


Desde o final dos anos 90, mais de R$ 1,5 bilhão em obras de pavimentação já foram investidos na estrada. Ainda assim, as reclamações são muitas. O caminhoneiro José Jerônimo, de 38 anos, culpa o Dnit pela situação.


“A máquina que está ai é particular. Fizemos uma cota de óleo para liberar a máquina. Esta é a situação da estrada. A situação está triste. A máquina do Dnit que veio socorrer está sem óleo. Quem está tentando passar forçando, os caminhões estão quebrando. Estamos nos virando como dá. Comendo as comidas que temos nos caminhões”, reclama.


Já o caminhoneiro Denis Machado, de 41 anos, estava revoltado e alegou que o Dnit mentiu quando disse que tinha dado o apoio para os caminhoneiros que ficaram no atoleiro. “Mandamos recado e o DNIT diz que a estrada está arrumada. Um trecho que fazíamos em 9h, hoje estamos demorando mais de cinco dias. Tem vários atoleiros no trecho entre Manoel Urbano e Cruzeiro o Sul. Quem diz que tem máquina na estrada está mentindo”, contesta.


Morando à margem da BR-364, a agricultora Maria Élida diz que a culpa das más condições da estrada são dos políticos. “Isso é uma vergonha para nossos políticos. É bom ver a realidade, voltamos há dezoito anos. Quando tinha a balança, os carros não passavam com as cargas que estão passando aqui. Todos que precisam dessa BR estão sofrendo”, diz.


Uma servidora do Dnit esteve no local e informou que o problema já era do conhecimento do órgão desde o início da semana e que técnicos estão aguardando a chegada de pedras para serem colocadas em locais onde a trafegabilidade está difícil. Por volta das 12h desta quinta-feira (25), após a chegada de máquinas do Dnit ao local, os caminhões e carros seguiram seus destinos.


Reconstrução da BR


Em maio de 2016, o Dnit informou que a reconstrução da via custaria R$ 1 bilhão. Em dezembro do mesmo ano, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informou que iniciaria as obras de recuperação da BR-364 entre Sena Madureira e o Rio Liberdade, que pertence a Cruzeiro do Sul.


O diretor Thiago Caetano explicou que três lotes a serem recuperados são considerados trechos emergenciais, um investimento de cerca de R$ 230 milhões. “Já temos R$ 10 milhões liberados e estamos com previsão para liberação de mais R$ 20 milhões para essa semana, que serão os recursos para trabalhar no inverno agora”, disse na época.


As obras de recuperação inteira da BR-364 estavam previstas para iniciar este ano no verão em abril.


Grandes filas de caminhões se formaram na estrada que liga Cruzeiro do Sul a Rio Branco  (Foto: Gledisson Albano/Arquivo pessoal )

Grandes filas de caminhões se formaram na estrada que liga Cruzeiro do Sul a Rio Branco (Foto: Gledisson Albano/Arquivo pessoal )


Fonte: G1
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