Homem levou facada na perna. Mulher diz que sofre agressões constantes do companheiro e precisou se defender.
Uma vendedora de peixe, de 39 anos, foi detida no bairro da Várzea, em Cruzeiro do Sul, na noite deste domingo (7), após dar uma facada na perna do marido durante uma briga entre o casal. A mulher foi levada para a Delegacia Geral da cidade, onde deu depoimento, mas o caso deve ser encaminhado para a Delegacia de Proteção à Mulher (Deam), pois, segundo o delegado, a mulher é vítima de constantes agressões do companheiro.
O G1 tentou encontrar o marido da vendedora, mas não conseguiu até a publicação desta reportagem. Ao ser ouvida pelo delegado Lindomar Ventura, a mulher acabou dando uma reviravolta na história. Ela, que prefere não se identificar, contou que sofre agressões há 4 anos e que deu a facada no marido porque estava sendo estrangulada por ele.
“Sempre que ele bebe, me bate. Ele já me esfaqueou cinco vezes e ontem [domingo,7] só joguei a faca porque ele ia me matar se eu não fizesse nada”, alega.
O corte foi superficial na perna. O delegado explicou que se trata de uma lesão leve e será feito um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). O homem deve ser procurado para prestar informações à polícia, já que a esposa apresentava sinais de violência.
Ventura diz ainda que a mulher se nega a representar contra o marido, mesmo tendo sinais visíveis das agressões. “Ela contou para nós que estava sendo esganada por ele. Agora estamos tentando convencê-la a fazer o procedimento, porém, ela está irredutível”, diz.
O delegado explica ainda que a mulher se sente culpada pelas agressões que sofre e que há uma dependência emocional da mulher.
“Pelo quadro que observamos, ela sofre abusos nesse relacionamento há anos, mas não consegue sair disso. Não sabemos qual é a dependência. Ela é a vítima, mas se sente culpada pelas agressões e não sai do relacionamento. O nível de violência pode aumentar e chegar a um caso bem mais grave”, finaliza.
Por entender que a vendedora é vítima, Ventura vai encaminhar o caso para a Deam e o homem deve ser ouvido pela polícia sobre as agressões relatadas pela mulher.
Fonte: G1