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Lar temporário para mães em maternidade no AC já registra mais de mil atendimentos em 3 anos

Mães que ficam com filhos internados na unidade ficam na Casa de Bárbara, um anexo da maternidade. Alojamento tem 16 leitos para as mães.

sde 2012, a Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, implantou uma rede de atendimento para as mães que recebem alta, mas que os filhos precisam ficar ainda aos cuidados da unidade. A Casa de Bárbara é um anexo da unidade que fica próximo à maternidade e Hospital da Criança. A sua função é abrigar temporariamente as mães que estão com bebê internados na Unidade de Cuidados Intensivos (UCI) e na Unidade de Terapia Intensiva.


A assistente social da unidade, Alcioneida Machado, conta que o abrigo atende mais as mães do interior do estado e que precisam ficar mais próximas do bebê. Em um levantamento feito pela unidade, desde 2012, quando foi implantada, até abril deste ano, já passaram 1.212 mães pelo lar provisório.


“A equipe da UTI exige que a mãe fique para amamentar, ver o bebê e, às vezes, pode acontecer alguma coisa e a mãe tem que ficar perto. Algumas vão pra casa de familiares, mas essa casa é mais para as mães que são do interior do estado, porque não têm condições de ficarem indo e voltando”, explica Alcioneida.


Além do abrigo, a maternidade também oferece as principais refeições às mães e até acompanhantes, quando a mãe é menor de idade. Porém, isso não impede que as mulheres se reúnam e façam uma pequena feira. As assistentes sociais também organizam rodas de conversa para que a equipe médica atualize e explique de forma didática o estado de saúde dos bebês para as mães.


“A gente faz comemorações, como agora no Dia das Mães, até porque elas estão longe da família e dos outros filhos. Como muitas vezes, essas mãe estão sozinha, nós temos a obrigação de acompanhá-las”, diz a assistente social.


As mães que recebem alta e ficam no lar provisório também contam com um acompanhamento psicológico para saber lidar com o estado de saúde do bebê. Atualmente na casa, estão oito mães. Porém, segundo a direção, esse número é rotativo e estável.


Valéria Nascimento mora no Bujari e preferiu ficar no lar temporário enquanto seu filho está na UTI  (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )Valéria Nascimento mora no Bujari e preferiu ficar no lar temporário enquanto seu filho está na UTI  (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )

Valéria Nascimento mora no Bujari e preferiu ficar no lar temporário enquanto seu filho está na UTI (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )


‘Fico aflita’, diz mãe
A casa é direcionada, principalmente, para mãe como Valéria Nascimento, de 21 anos. A dona de casa mora na cidade de Bujari, interior do Acre, e está com o filho internado na UTI. O pequeno João Lucas nasceu com 7 meses no último dia 20 e já passou pela UCI e depois foi transferido para a UTI. A mãe recebeu alta e decidiu ficar na casa de Bárbara porque não tinha condições de enfrentar os 22 km que separam a capital da sua cidade para dar o suporte necessário ao filho.


“Ficaria muito difícil ir e voltar. Por isso, desde o nascimento estou no abrigo. Visito ele a hora que quero, tiro leite para que deem a ele na sonda. Fico sozinha na casa de apoio, meus outros familiares me vistam de vem em quando”, conta.


Sem previsão para a alta do pequeno, ela revela que toda a recepção de João Lucas está sendo feita pelos familiares. Dormindo próximo ao filho, ela diz que assim pode intensificar a relação com ele.


“A psicóloga conversa com a gente e pede que a gente fale com ele e diz que nosso toque é muito importante. Então, eu fico perto dele para ajudar no desenvolvimento, mas a gente fica naquela aflição”, diz.


Aos 31 anos, Maria Silva já é avó. Ela está na Casa de Bárbara acompanhando a filha de 15 anos que deu à luz ao pequeno Enzo Miguel, nascido com pouco mais de seis meses. Desde o nascimento dele, no dia 20 de abril, a dona de casa acompanha a filha e o neto, porque ela é menor de idade.


Enzo já passou pela UCI, UTI e agora está no setor onde é usado o método Canguru. Ele se recuperou de uma infecção, ganhou peso, porém, ainda precisa de cuidados especiais porque ainda é alimentado pela sonda.


Avó e mãe de Enzo comemoram a saída dele na UTI para o método Canguru na maternidade  (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )Avó e mãe de Enzo comemoram a saída dele na UTI para o método Canguru na maternidade  (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )

Avó e mãe de Enzo comemoram a saída dele na UTI para o método Canguru na maternidade (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )


“A vontade é de voltar para casa, mas eu não posso deixá-la só. Moro no Taquari e é difícil ficar pra lá e pra cá. Se for pra lá, eu me preocupo. Então fico aqui ajudando em tudo que posso”, explica.


A rede apoio às mães também oferece bazar e dias dedicados às mulheres que ficam abrigadas na casa. Além disso, as mães têm preferência no atendimento de urgência da maternidade, como explica a assistente social Cleiciany Rufino.


“Como a mãe está no período de pós-parto, ela também pode ser atendida na emergência, quando precisa tomar um medicamento ou necessita de atendimento. Em algumas situações, também atendemos a UTI pediátrica. Nós tivemos um bebê, que teve alta, mas precisou voltar. Ele ficou no Hospital da Criança e a família nos procurou para que a mãe pudesse ficar na casa”, finaliza.


Para ter acesso a um leito no lar temporário, as mães precisam buscar a assistência social na maternidade para que seja dado uma crachá que libera o abrigo na casa. O hospital arca com as refeições, mas as mulheres têm liberdade de fazer compras e também cozinhar na casa. A limpeza do local também é de responsabilidade das mães ou acompanhantes, no caso de mães que passaram o cesárea.


Casa de Bárbara tem 16 leitos destinados às mães com bebês que ficam na UTI da maternidade  (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )Casa de Bárbara tem 16 leitos destinados às mães com bebês que ficam na UTI da maternidade  (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )

Casa de Bárbara tem 16 leitos destinados às mães com bebês que ficam na UTI da maternidade (Foto: Caio Fulgêncio/G1 )


Fonte: G1


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