Denúncias da JBS agitam cenário político e divide opiniões

O presidente da Ordem da Ordem dos Advogados (OAB), Seccional Acre, Marcos Vinícius Jardim disse que não está descartada a hipótese da entidade pedir o impeachment do presidente da República, Michel Temer. Por enquanto, estão de sobreaviso para uma reunião extraordinária do Conselho Federal da OAB, principalmente se ficar comprovada a participação do presidente no acharque ao empresário Joesley Batista, da JBS, para comprar o silêncio do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, que cumpre pena em regime refechado em uma unidade prisional do Paraná.


Na delação que fez ao ministro -relator da Lava Jato, Luiz Edson Fachin, o empresário do ramo frigorífico detalha como o subordo foi discutido na conversa com o presidente Temer, no Palácio do Jaburu. “Ficando comprovado o crime não furtaremos da nossa atribuição constitucional”, destacou Jardim.


A deputada peemedebista Eliane Sinhasique disse que a denúncia é grave e abalou o governo, num momento que dava sinais de superação da crise econômica. Porém sugeriu que a sociedade precisa esperar a divulgação das gravações, mas admitiu que os dirigentes da legenda estão bastante apreensivos com o desdobramento deste caso, que poderá mergulhar o país em outra crise política. “A denúncia abalou o governo e pode interromper as reformas em curso”, lamentou.


Para o vice-presidente do Diretório Regional do PSDB, deputado Luiz Gonzaga (PSDB-AC), o partido poderá sair desgastado deste episódio envolvendo o atual, presidente da direção nacional, senador Aécio Neves (PSDB-MG). Diante do ocorrido, o deputado tucano declarou que o partido cortará na própria carne, como não fizeram os adversários envolvidos no caso da Lava Jato. “A direção nacional indicará outro nome para comandar o nosso partido neste momento de crise”, prevê Gonzaga.


Assim que foi afastado do cargo de senador pelo Supremo Tribunal Federal (STF), depois da denúncia do pagamento de propina de R$ 2 milhões da JBS, para se defender na Lava Jato, o senador mineiro anunciou o licenciamento da presidência do partido, mas indicou o nome do senador cearense, Tasso Jereissati. “Em razão das ações promovidas contra mim e minha família, quero afirmar que, a partir de agora, minha única prioridade será preparar minha defesa e provar o absurdo dessas acusações e o equívoco dessas medidas. Me dedicarei diuturnamente a provar a minha inocência e de meus familiares para resgatar a honra e a dignidade que construí ao longo de meus mais de trinta anos de vida dedicada à política e aos mineiros em especial. O tempo permitirá aos brasileiros conhecer a verdade dos fatos e fazer ao final um julgamento justo”, destacou o parlamentar mineiro, em nota.


Deputado petista defende Diretas Já


O deputado petista Jonas Lima (PT-AC), ressaltou que o único caminho para resgardar a democracia brasileira é convocar nova eleição pra presidência da República. Destacou que o movimento Diretas Já ganha corpo com esta nova denúncia que abalou o Palá- cio do Planalto.


“O ex-presidente Lula foi o mais injustiçado neste caso da Lava Jato, mas se a deleção da JBS fosse ao juiz Sérgio Moro não teria esta celeridade que teve na Suprema Corte”, enfatizou.


O petista declarou que a população rio-branquese deverá retornar as ruas, para pedir eleições diretas, como fizeram na época da ditadura Militar. “Sempre disse da tribuna desta Casa que o Temer era um governo ilegitimo, mas agora chegou a hora do parlamento ser o grande protagonista para o retorno da nossa democracia”, aposta o deputado petista.


Cezar Negreiros


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