Documento foi feito após audiência pública com entidades religiosas para debater o tema nesta sexta (26). Moção de apoio deve ser entregue ao Conselho Estadual de Educação.
A audiência pública realizada na Câmara Municipal de Rio Branco, nesta sexta-feira (26), para discutir a exclusão do ensino religioso nas escolas públicas resultou em uma moção de apoio ao manifesto do Fórum Nacional Permanente de Educação Religiosa (Fonaper). O documento do Fonaper é favorável a retomada da disciplina e possui uma proposta pedagógica elaborada com educadores de várias religiões.
Ao G1, os vereadores Gabriel Fonerck (PT-AC) e Eduardo Farias (PCdoB), autores do requerimento para realização da audiência pública, devem colher as assinaturas de todos os parlamentares da Câmara e encaminhar o documento ao Conselho Estadual de Educação que deve anexar outros documentos como abaixo-assinados e encaminhar ao Fonaper.
“O ensino religioso da maneira como vinha acontecendo, como foi dito por todas as entidades participantes, tinha mais o sentido de doutrinar para uma religião A ou B e normalmente a cristã. Então, o consenso da audiência pública é que o ensino religioso não deve tomar partidos deve ser a ciência da religião, ou seja, estudando a fundo cada religião e passando um pouco disso para os alunos sem ser tendencioso”, diz.
O vereador explica ainda que o Instituto Ecumênico possui uma cartilha no Acre e diz que a entidade defende uma escola pluri-religiosa que aborde todas as religiões existentes no estado. “A audiência deixou como legado que cada entidade religiosa colocou o seu ponto de vista sobre a importância ou não de manter a educação religiosa”, destaca.
Exclusão do ensino religioso
O ensino religioso foi excluído da terceira versão da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) apresentada pelo Governo Federal em abril deste ano. O BNCC define a linhas gerais do que os alunos das 190 mil escolas do país devem aprender a cada ano. A base ainda precisa ser aprovada pelo Conselho Nacional de Educação (CNE) e depois homologada pelo Ministério da Educação (MEC).
Mesmo após essas etapas, o documento só passa a ter efeito na sala de aula quando estados e municípios reelaborarem os seus currículos em um prazo de até dois anos após a homologação pelo MEC. Serão esses currículos que vão detalhar como vai ser abordado cada uma das metas ou cada um dos eixos da BNCC na sala de aula.
Fonte: G1