Os números são o melhor argumento que o secretário de Segurança Pública do Acre Emilson Farias tem para comprovar que o trabalho das Forças de Segurança reduziu a criminalidade nas vinte e duas cidades do Acre.
No início da semana, por exemplo, uma operação conjunta prendeu 57 líderes de facções criminosas que ordenavam execuções, assaltos e comandavam o tráfico de drogas na capital e nas áreas de fronteira.
O estado não recuou e não vai recuar diante das investidas dos criminosos, garante o secretário, que anunciou a aquisição de 32 viaturas, 600 coletes balísticos, armas e outros equipamentos para reforçar a ação das polícias.
Numa entrevista concedida á TRIBUNA, Emilson Farias falou do atual momento da segurança pública, comentou sobre a discriminalização da maconha e comentou o fato de ter sido indicado como um dos pré candidatos ao governo do estado.
A reportagem – Do final de 2016 até os três meses de 2017, há a sensação de que houve uma diminuição da guerra entre as facções. Isso é verdade? A que o sr. Atribui essa questão?
Emilson Farias
A gente tem dito que a medida em que a gente fosse avançando teríamos uma diminuição. Tivemos dias de muita preocupação mas vemos o trabalho dar resultado. Por exemplo, o BOPE, que só ficava no quartel, hoje tá fazendo operação todos os dias. Tivemos uma operação com 57 pessoas presas, enfim. Reforçamos o quadro no IAPEN e precisamos continuar a ocupar os espaços e continuar prendendo os executores.
A reportagem – Na contramão desses casos estão os crimes contra o patrimônio, que cresceram nesse período. Porque essas ocorrências não diminuíram?
Emilson Farias
Negativo. Os crimes contra o patrimônio tiveram uma redução de 32% no estado inteiro, pra crimes de roubo. No que diz respeito aos dez bairros mais violentos da capital, houve uma diminuição de casos em oito bairros. A nossa grande preocupação era com os homicídios, esses sim aumentaram de maneira assustadora. A gente verificou foi que o crime de subtração de de caminhonete praticamente acabou, não se houve mais falar nisso. A gangue do tambor, também desapareceu. Não se ouve mais falar. Então os crimes contra o patrimônio estão em queda vertiginosa. Policiamento na rua mais forte. Prisão de pessoas, apreensão de entorpecentes, são ações que resultam nessa redução. Essa operação êxodo, que ocorreu essa semana, teve repercussão latente no crime. Esse ambiente e esse movimento está fazendo com que a gente comece a experimentar as melhoras que a gente dizia. Estamos esperando trinta e duas viaturas para a gente empregar nas ações. Vamos receber também mais de seiscentos coletes, armamento. Tudo para fazer com que a segurança publica do Acre não sai fora do eixo como saiu em outros estados da federação.
A reportagem– O senhor falou em apreensão de drogas. Qual sua posição em relação a proposta da descriminalização da maconha, como já acontece no Uruguai, por exemplo?
Emilson Farias – isso é um tema muito polemico. A gente precisa avaliar com muito critério, muito cuidado. No Uruguai os índices de violência não caíram. Então: é um debate que precisa ser feita junto com os operadores de segurança pública, com o congresso nacional, a sociedade civil organizada para que a gente tire um consenso dessa matéria. Nós temos que trabalhar e nos preocupar com as fronteiras. É um tema recorrente entre o conselho dos secretários de segurança pública: combater o tráfico de drogas no atacado, nas fronteiras, na sua origem, já que o eixo geopolítico do tráfico de drogas mudou a partir do investimento dos EUA na Colombia, mudou para o Perú e a Bolivia. Apesar de sermos vizinhos, amigos fraternos desses países são reconhecidamente os maiores produtores de entorpecente do mundo. Se a gente não tiver uma estratégia para combater o tráfico na sua origem, no atacado, no varejo, depois em São Paulo, no Rio de Janeiro, Ceará é muito mais difícil. Então esse é um olhar inteligente que tem que ser dado pras fronteiras.
A reportagem– O sr. Visitou ontem Epitaciolândia. Lá essa semana, registrou-se um crime onde uma garota de 15 anos matou outra de 12 anos. Esse é um crime atípico? De quem é a responsabilidade? Do estado? Da policia? Do Conselho Tutelar?
Emilson Farias – é um crime complexo. A segurança é complexa porque a gente na segurança publica nunca tem um diagnóstico exato da situação. Veja: aqui no Acre nós temos um esforço muito grande do governo que á escola em período integral. Não tem premio maior para a segurança pública do que trazer o jovem para a escola integral. Fazer com ele tenha os dois turnos, sendo educado, contagiado com valores, princípios, ética, educação, esporte, cultura e lazer. Isso tudo faz com que a gente crie um ambiente de paz. Mas a gente verifica que infelizmente pra alguns ainda tem como exemplo a pessoa que ostenta nas redes sociais uma arma de cano longo. Ou aquela pessoa que tem uma camisa de marca. Então é um debate que precisa ser aprofundado com a família, a igreja e a sociedade.
A reportagem – Esta semana o sr. Foi alvo de criticas por conta do suposto uso irregular do equipamento guardião. E o sr. Rebateu. A que o sr. Atribui esse ataque. Pode está relacionado com o fato do seu nome está entre os pretensos candidatos ao governo do estado?
Emilson Farias – não, acho que não. Acho que é uma situação específica e acho que a gente está na gestão pública é sempre alvo da crítica e isso muito natural. Principalmente numa área como essa. Com relação ao guardião estamos absolutamente tranquilo. É um sistema auditado e passou recentemente por auditoria. Então acho que foi um simples mal entendido e não acredito que tenha essa conotação. E nós temos uma missão e nossa missão é conduzir a segurança pública e ela não permite que quem esteja a frente dela durma um só minuto. Então nós temos que trabalhar 24 horas por dia, sete dias por semana. Os triunfos, a gente tem que comemorar momentaneamente. E os golpes a gente tem que imediatamente se levantar. Levantar a cabeça e já se preparar para as novas batalhas. É assim que se atua na Segurança Pública.
Com informações atribuna