Nesta quarta-feira (19) é comemorado no Brasil o Dia do Índio e diante da complexidade no país e as consequências impostas à população, o líder indígena e presidente do Conselho de Saúde Indígena em Assis Brasil, Sabá Manchinery, deu uma entrevista à imprensa local para falar sobre as maiores dificuldades enfrentadas pelo seu povo e medidas que precisam ser tomadas. Sabá abordou assuntos relacionados aos temas de direitos humanos, territoriais, saúde, educação, violência e as ameaças físicas.
“A questão das ameaças de acabar com os nossos direitos e a violência contra o povo indígena têm sidos uns dos problemas bastante graves quem temos enfrentado ultimamente. Nas redes sociais temos percebido também que existem muitas publicações de racismo e discriminação, nós temos trabalhado para que seja evitado isso, pois somos seres humanos que, além de cuidar das pessoas, cuidamos também da natureza e meio ambiente”, desabafou.
Manchinery falou ainda sobre a inclusão dos povos indígenas nos espaços institucionais, legislativos e econômicos. “Hoje muitos líderes indígenas, tanto os atuais quanto os que já estiveram em algum cargo importante, tiveram uma grande contribuição para que, principalmente aqui no estado do Acre, tivéssemos essa visibilidade com o povo indígena”.
O líder indígena falou ainda sobre alternativas econômicas que permitam que eles permaneçam em seus territórios, podendo também buscar conhecimentos e tecnologia, mas sem nunca deixar suas raízes, suas etnias e o seu papel com o meio ambiente.
“Nós temos hoje várias formas de representatividade, uma delas é através das nossas organizações ou de nossos caciques, mas em função das mudanças chegou o momento de buscarmos outras alternativas, como por exemplo, existe a proposta da criação de um parlamento indígena, existe também a possibilidade de concorrermos às eleições nos cargos de deputado estadual e federal para representarmos o nosso povo e lutar pelas nossas necessidades e direitos”, acrescentou.
Outra questão que tem preocupado não só os manchinery, mas todas as etnias, é o alto índice de violência contra os indígenas. Sabá ressaltou que uma medida severa precisa ser tomada para que esse quadro mude, pois segundo ele, a Fundação Nacional do índio no Acre (Funai) já não atua mais em sua condição e o Ministério Público tem suas diferenças, mas embora faça alguma coisa, tem suas limitações. Com informações Alamara Barros