Lula e Dilma terão de se explicar pelo envolvimento com máquina de corrupção da Odebrecht e a suspeita de que coordenavam “uma linha de crédito especial” de R$ 300 milhões oriundo de caixa dois da construtora.
Removida do Palácio do Planalto pelas famosas “pedaladas fiscais” que teriam sido executadas pelo seu governo, Dilma Rousseff sofreu o impeachment em que foi acusada de tudo, menos de corrupção ou desonestidade pessoal. Agora, surge a suspeita de que ela teria se beneficiado do repasse de recursos de caixa dois para as suas duas campanhas presidenciais, em 2010 e 2014. Isso é o que transparece das delações de executivos da Odebrecht. A construtora teria criado um esquema que mantinha em caixa uma linha de crédito para tratar dos pagamentos a campanhas e políticos do PT.
O esquema teria movimentado R$ 300 milhões desde 2008, quando a construtora estabeleceu movimentações de caixa dois sob a demanda dos dois poderosos ex-ministros da Fazenda dos governos Lula e Dilma. Segundo os delatores da Odebrecht, Antonio Palocci e Guido Mantega teriam demandado e autorizado, pessoalmente, repasses para beneficiar diretamente Lula, depois que ele deixou a Presidência da República, e Dilma, quando esta entrou na disputa presidencial em 2010 e, posteriormente, na campanha da reeleição, em 2014. Também seriam Palocci e Mantega quem atuavam como ordenadores de repasses a políticos que disputavam as eleições pela legenda.
A história surge nos depoimentos do presidente do grupo Odebrecht, Marcelo Odebrecht. O empreiteiro disse aos coordenadores da força tarefa da Lava Jato que tanto Lula quanto Dilma sabiam dos repasses de dinheiro em caixa dois, usados para custear campanhas de outros petistas, como o governador Sebastião Viana, citado junto com o irmão Jorge Viana, como beneficiados por repasses de caixa dois para suas campanhas. Ambos negam que tenham usado recursos não declarados à Justiça Eleitoral, lembram que não há suspeitas de corrupção. Agora, vão se explicar na Justiça Federal para afastar as suspeitas e não arruinarem as chances do PT na disputa das eleições de 2018 no Acre.
Segundo Marcelo Odebrecht, que herdou em 2007 o negócio da família, antes comandado pelo patriarca Emílio, duas contas foram criadas pela construtora para serem http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistradas de acordo com as conveniências de petistas. A conta “Italiano” tinha R$ 114 milhões e era http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistrada por Palocci. Foi aberta logo após o governo Lula atender a dois pedidos da Odebrecht: o chamado “Refis da Crise”, programa de renegociação de dívidas tributárias após a crise financeira de 2008, e o aumento da linha de crédito de R$ 1 bilhão do BNDES para negócios da construtora em Angola.
A outra conta, chamada “Pós-Itália”, era de movimentação exclusiva de Mantega e alcançava a cifra de R$ 110 milhões. Teria sido criada em 2010, quando o dinheiro da conta “Italiano” estava perto de acabar. Embora o dinheiro movimentado não tivesse relação com alguma demanda atendida, a Odebrecht procurava abastecer as contas petistas com recursos das empresas da holding Odebrecht que se beneficiaram de decisões favoráveis do governo.
De acordo com Marcelo, essas contas eram http://ecosdanoticia.net/wp-content/uploads/2023/02/carros-e1528290640439-1.jpgistradas diretamente por ele. Nenhum outro diretor da Odebrecht estava envolvido. Era o atendimento VIP conduzido pelo próprio Marcelo. Só ele tinha acesso ao volume de recursos usados e autorizados. Dilma e Lula negam enfaticamente que sabiam ou mesmo que autorizaram saques. O próprio empresário disse que nunca recebeu diretamente ordens dos dois ex-presidentes para destinar dinheiro para tender a esse ou aquele interesse. Também não tem provas que sustentem a tese. A versão ainda está por se comprovar. Apesar disso, o estrago para os petistas é grande. Com informações ac24horas