Instituído em 2008 pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 2 de abril é promovido o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. A data tem como intuito informar os cidadãos de todo o mundo sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) que afeta, mundialmente, milhões de pessoas.
A Associação de Amigos e Pais dos Autistas do Acre (Ampac) e a Associação Família Azul do Acre (Afac), realizaram em 2016 uma programação em Rio Branco, de 2 a 7 de abril, em comemoração ao Dia Mundial da Conscientização sobre o Autismo. Este ano, no entanto, as atividades ainda não foram divulgadas.
Para o presidente da AMPAC, Roberto Derze, a data é significativa principalmente porque garante que alguns pais que não possuem tanta certeza das condições de seus pequenos, tenham mais oportunidades para sanar as dúvidas e buscar por respostas.
“Estamos sempre tentando conscientizar os pais, mesmo de forma indireta, sobre o autismo, que muitas vezes é até sutil. Sabemos que eles querem garantir que o filho tenha uma boa qualidade de vida, a melhor possível, mas isso se torna inviável, se não houver tratamento acompanhamento profissional” explica.
A Ampac existe desde 2011 e auxilia pais, amigos e autistas a buscarem uma vida melhor. Ainda segundo o presidente, a expectativa é que todos os membros e visitantes da associação participem das atividades durante a semana.
“Queremos que o autismo seja discutido, desmitificado e que todos tenham conhecimento amplo dele, para que a pessoa portadora não se sinta limitada pela doença. Durante todo o período faremos palestras, abordagens e panfletagens, tudo porque acreditamos no potencial de uma vida plena e feliz que um autista que tenha ajuda e apoio, pode ter” finaliza.
Para a advogada Milena Queiroga que tem um filho com TEA os pais devem sempre buscar entender a individualidade de cada filho bem como respeitar, estudar e se empoderar sobre o autismo para que possa dar maior assistência aos seus filhos.
“Eu escolhi entender o Eduardo em sua essência, seus gostos, preferências e nunca tratá-lo com indiferença. Logo no início do diagnóstico, estudei muito, lia o máximo de material possível para entender o que podia afetá-lo e como poderia tornar a vida do Dudu feliz e independente acima de qualquer coisa”, revela.
A mãe ainda explica que a rotina de uma criança especial é bastante corrida porque, além da escola regular, é necessário o acompanhamento constante de terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo, psicólogo, psicopedagogo; entre outros profissionais. No entanto, segundo Queiroga, os pais são os principais terapeutas de seus filhos estimulando, aplicando e educando quando não especialistas por perto.
“O mais desafiador é se libertar do ideal ou “normal”, deixar de lado o filho que você tinha idealizado na gravidez. Porque ele nem sempre alcançará os marcos da infância das crianças neurotípicas, e entender que a vida dele tem outro objetivo, é a parte mais dura de todo o processo”, conta.
“As pessoas não conhecem e ficam com medo, escondem, reprimem e castigam. Mas muitas vezes tudo o que eles expressam no comportamento é uma reação a todo o estímulo que eles recebem do mundo. Os autistas estão reagindo a algo que está sendo agressivo para eles”, conta. Com informações atribuna