Em passagem por Cruzeiro do Sul nesta semana, o secretário de Polícia Civil, Flávio Portela, falou com a reportagem sobre o desaparecimento de 40 quilos de droga de dentro da delegacia do município, em agosto de 2015. Segundo Portela, parte da droga já foi recuperada e não descarta o envolvimento de funcionários no sumiço.
“Aquela droga que foi extraviada nós já recuperamos grande parte ou se não o total. Quando fomos apreendendo esses fragmentos fomos chegando a outras pessoas envolvidas”, disse.
Portela explicou que há pessoas sendo investigadas interna e externamente e que não descarta o envolvimento de funcionários da delegacia. “A responsabilidade da cautela da droga era nossa, isso é fato. Como gestor eu não me excluo disso, então, por isso nós instauramos uma investigação interna. Vamos identificar por completo essas pessoas e apresentar elas à sociedade”, salientou.
O secretário disse ainda que caso seja identificado algum servidor da Polícia Civil entre os responsáveis pelo sumiço do material, esse deve ser exonerado.
“Vamos apresentar os responsáveis alheios e os eventuais responsáveis de dentro da nossa casa que tenham tido algum tipo de participação por menor que seja, ainda que por um desleixo, ainda que por falta do cuidar mas será caracterizada a culpa”, explicou.
Apesar do procedimento correr em sigilo, Portela disse que a droga foi apreendida em procedimentos aleatórios e as investigações levaram a crer que se tratava da mesma droga que sumiu.
“Temos indícios suficientes que já fizemos apreensões dessa droga desviada em outros procedimentos. Não posso avançar muito porque a partir dessa situação foi que chegamos a uma nova linha de suspeitos. Nesse contexto, para não atrapalhar as investigações não podemos declarar além, porque ainda faltam pessoas para serem apuradas”, aponta.
O delegado lamentou o episódio e disse que isso envergonhou toda a polícia do Acre. “A corregedoria está atuando em um caso próprio, juntamente com o Ministério Público, mas o processo corre de forma sigilosa”, acrescentou.
Durante visita em Cruzeiro do Sul, Portela explicou que os responsáveis têm que ser identificados para que a credibilidade da instituição com a população continue intacta.
“Imagina os policiais corretos que de certa forma ficaram constrangidos e chateados com toda a situação desse caso. Porque é a mesma instituição que realiza grandes prisões e apreensões, mas sabemos que em toda sociedade temos um ou outro que se desviou. Nosso interesse é identificar quem fez isso”, finalizou.
Entenda o caso
A droga era produto de apreensão e foi furtada em agosto de 2015. O caso é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil e pela equipe de inteligência do órgão desde então. Em julho de 2016, o Ministério Público do Acre (MP-AC) entrou com pedido para que um novo delegado fosse designado para a investigação. O promotor de Justiça argumentou que seria melhor um delegado que não convivesse com os servidores da regional para apurar o caso. Com informações g1acre