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Nove verdades e uma mentira sobre a ‘delação da Odebrecht’

Em “nove verdades e uma mentira”, meme da vez nas redes sociais, as pessoas listam nove fatos verídicos e uma lorota sobre suas vidas – mas em ordem embaralhada.


A reportagem resolveu fazer sua lista e elencou dez momentos da delação da Odebrecht que fez 98 políticos virarem alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal.


Um deles é falso. Qual? Descubra no final deste texto.


1) “Prefiro pagar multa do que propina”, diz Benedicto Júnior, ex-diretor-presidente da Odebrecht, em sua delação premiada. Ele avalia que a empreiteira pode sair no lucro sem corrupção, já que pagar à Justiça sai mais barato do que repassar recursos a políticos.


2) O preço estimado do Itaquerão inflou tanto (de R$ 300 milhões a R$ 1,6 bilhão) que a obra foi de Volkswagen a Lamborghini, comparou o delator Alexandrino Alencar, ex-diretor da empresa. “Você sai de casa para comprar um Volkswagen e volta com uma Lamborghini.”


3) Ex-diretor da empreiteira, Hilberto Mascarenhas afirmou ter descartado um laptop no mar de Miami para destruir evidências -e ainda reclamou do ex-patrão. “Joguei no mar. […] O Marcelo [Odebrecht] vivia enchendo o saco da gente para não ter nada guardado no nosso. Quando ele foi preso, no dele tinha tudo.”


4) O setor de propinas da Odebrecht se preocupava com a eventual bebedeira dos encarregados de transportar o dinheiro ilícito. “Tinha uma tentativa nossa de não pagar nada nem segunda e nem sexta. Essa era uma exigência dos operadores. Eles achavam que segunda muita gente faltava porque tinha tomado cachaça no fim de semana, e sexta o cara já estava na cachaça também”, afirmou o ex-executivo Hilberto Mascarenhas Alves.


5) De acordo com Alexandrino Alencar, uma das entregas em São Paulo foi realizada na roda-gigante de um parque de diversões. “O chefe de gabinete do deputado tinha guarda compartilhada do filho e prometeu levá-lo ao Playcenter naquele dia.”


6) O senador Aécio Neves pediu um encontro com Marcelo Odebrecht na véspera do primeiro turno de 2014, quando o tucano e a petista Dilma Rousseff apareciam embolados nas pesquisas. “Eu falei: ‘Aécio, é complicado, eu não posso aparecer doando mais pra você do que pra Dilma”, disse o delator.


7) O governador Geraldo Alckmin usou o cunhado Adhemar Ribeiro, um dos 11 irmãos da esposa, dona Lu, para receber “pessoalmente parte” dos R$ 10,7 milhões em caixa dois que a Odebrecht lhe repassou, segundo depoimentos.


8) Lula procurou Emílio Odebrecht, patriarca da empreiteira, atrás de ajuda para alavancar a carreira empresarial do seu caçula. “Procurei dar, como meu filho fosse, um processo de formação, de empreendedorismo, para que ele pudesse montar aquilo que ele desejava e tivesse sucesso”, afirmou Emílio.


9) A Odebrecht criou uma metáfora futebolística para identificar beneficiários em sua planilha de doações. Cada político recebia uma posição, cada partido era um time, e o valor de passe indicava quanto a pessoa deveria receber. Exemplo: o “volante” (deputado) do “Fluminense” (DEM) teria direito a “cem” (R$ 100 mil). Seria a doação feita em 2013 para Rodrigo Maia, hoje presidente da Câmara.


10) Eleição sem dinheiro não contabilizado, no Brasil, é conto da carochinha para Marcelo Odebrecht, ex-presidente da empreiteira que leva seu sobrenome. “Veja bem, não conheço nenhum político no Brasil que tenha conseguido fazer qualquer eleição sem caixa dois. Caixa dois era três quartos, que eu estimo.”


RESPOSTA


A alternativa falsa é a de número 5: “De acordo com Alexandrino Alencar, uma das entregas em São Paulo foi realizada na roda-gigante de um parque de diversões. “O chefe de gabinete do deputado tinha guarda compartilhada do filho e prometeu levá-lo ao Playcenter naquele dia”. Com informações da Folhapress.


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