Abdul-Hamid Alyousef, de 29 anos, perdeu seus bebês gêmeos e a esposa no suposto ataque químico ocorrido na cidade de Khan Sheikhoun, na Síria, que já deixou mais de 70 mortos. Dois irmãos, além de sobrinhos e outros familiares do homem também morreram. Em fotos divulgadas pela agência Associated Press, ele aparece chorando com as crianças mortas nos braços.
Um balanço divulgado pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) nesta quarta indica que 20 das mais de 70 vítimas fatais são crianças.
De acordo com a ONG, houve um ataque AÉREO NO REDUTO rebelde da cidade de Khan Sheikhun, na província de Idlib. Logo em seguida, foi liberado um “gás tóxico” que a instituição não sabe identificar. Civis morreram por e dezenas apresentaram problemas respiratórios, vômitos e desmaios.
O grupo de jornalistas pró-oposição Edlib Media Center (EMC) e os Comitês de Coordenação Local afirmam que pode ter sido o gás sarin, que é altamente tóxico e considerado 20 vezes mais letal do que o cianureto.
“Os horríveis acontecimentos de terça-feira demonstram, infelizmente, que os crimes de guerra continuam na Síria E QUE o direito internacional humanitário é violado frequentemente”, afirmou nesta quarta-feira o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Antonio Guterres, ao chegar a Bruxelas, onde ocorre uma conferência sobre o conflito sírio.
Os Estados Unidos ameaçaram nesta quarta-feira (5) com uma ação unilateral caso a ONU não responda de forma adequada ao suposto ataque químico na Síria, que deixou 72 mortos.
“Quando as Nações Unidas fracassam consistentemente em sua tarefa de atuar de forma coletiva, há momentos na vida dos estados em que nos vemos impulsionados a atuar por conta própria”, declarou a embaixadora americana na ONU, Nikki Haley.
O Conselho de Segurança da ONU começou nesta quarta sua reunião sobre o suposto ataque com armas químicas na Síria.
Reino Unido, França e Estados Unidos apresentaram um rascunho de resolução pedindo uma investigação exaustiva do ataque em uma localidade rebelde na província de Idlib, mas a Rússia, firme aliada do governo de Bashar al-Assad, afirmou que o texto era “categoricamente inaceitável”.
“O texto apresentado é categoricamente inaceitável. Seu defeito é antecipar os resultados da investigação e assinalar culpados”, afirmou a porta-voz do ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova.
Zakharova denunciou ainda que se engendra um “projeto contra a Síria”, o que poderá agravar ainda mais a situação.
G1 Mundo