Um objeto da era vitoriana, feito do mais puro marfim e pertencente a uma das mais famosas famílias anglo-irlandesas foi posto em leilão neste fim de semana, no Candado de Meath, no leste da Irlanda, a 47 quilômetros de Dublin. Em um país tão marcado pela tradição e cuidado com sua história, isso não seria uma surpresa. O fato curioso é que o objeto em questão não é nada menos que um avantajado pênis de marfim.
Medindo cerca de 20 centímetros de comprimento, o pênis de marfim – que é comercializado dentro de uma caixa especial de madeira, forrada por couro – está sendo vendido pela empresa Matthews Auction, com sede em Dublin, também pela internet. O preço estimado do artigo fica entre 500 e 800 euros.
De acordo com o Irish Times , o brinquedo sexual deve ter sido esculpido por volta de 1890. O marfim, porém, data de 1840. “Acreditamos que o dono original, que estava na Índia na década de 1840, matou um elefante e trouxe a sua presa para casa”, diz o leiloeiro Damien Matthews.
Presente amoroso
Matthews acredita que, posteriormente, um dos descendentes desse homem foi lutar na Revolta dos Boxers, na China, e levou o chifre de elefante para fazer um presente para sua esposa.
“Sem saber se voltaria vivo para casa, o guerreiro transformou a presa do elefante em uma cópia em tamanho real do seu próprio pênis, para que sua amada tivesse isso em mãos quando sentisse saudades”, explicou.
Famosos por esculpir marfim, os chineses teriam feito o detalhado trabalho sobre a presa do elefante. O presente amoroso conta com marcas de pele dobrada, relevos que lembram veias e, inclusive, um coração esculpido na base.
O fato é que o homem voltou vivo para a Irlanda, com o presente em mãos. Por lá, um serralheiro irlandês teria feito a caixa de couro sob medida, acrescentando um selo na fechadura, detalhe que garante que o item foi finalizado na Irlanda.
“Você tem que lembrar que, nos tempos vitorianos, a quantidade de pessoas que poderiam se dar ao luxo de criar algo assim era pequena. Afinal, 99% do país estava tentando sobreviver”, relembra Matthews. Na época, a preocupação com o prazer feminino também não era comum.
“Por isso, apenas 400 ou 500 famílias no país tinham condições de ter posse de algo assim. Não é apenas um pedaço de arte erótica, é uma obra de arte e um fascinante pedaço da nossa história social”, alerta o leiloeiro sobre o pênis de marfim.
IG