Pesquisar
Close this search box.
970x250

Defensor do infinito, vítima da Inquisição: quem foi o filósofo Giordano Bruno?

Muito se falou nos últimos dias sobre o teólogo e filósofo Giordano Bruno (1548-1600) devido ao misterioso desaparecimento do acreano Bruno Borges, que possuía, em seu quarto, uma estátua representando o estudioso italiano. Mas quem realmente foi Giordano?


Originário da cidade italiana de Nola (localidade próxima a Nápoles), Giordano nasceu em 1548 com nome de batismo Fillipo, adotando o novo nome após ingressar na Ordem Dominicana com apenas 15 anos de idade. Discípulo do filósofo Francesco Patrizi, estudou os ensinamentos de Aristóteles e Tomás de Aquino (que predominavam a doutrina católica da época), ingressando na Ordem dos Pregadores aos 17 anos. Dentro da Ordem, consagrou-se doutor em Teologia após dez anos de estudos, em 1575.


Absorvendo os pensamentos pré-socráticos, Giordano combinou-os com suas perspectivas baseadas nas ideias do cardeal Nicolau da Cusa (1401-1464), do astrônomo Nicolau Copérnico (1473-1543) e do alquimista Giovanni Battista della Porta (1535-1615). Adepto do hilozoísmo (do grego, hyle = matéria e zoe = vida), sua cosmologia estava baseada na tese do universo infinito, povoado por um sem-número de estrelas (como o Sol) e planetas (como a Terra), onde também existiria vida INTELIGENTE.


Para o filósofo, o universo é algo vivo, sendo um conjunto que passa por contínuas transformações. Como o universo, Deus também é infinito e caracterizado por uma transcendência simultânea, com os opostos colidindo no infinito. As ideias do teólogo também anteciparam as de Galileu Galilei (1564-1642).
Ao defender ideias consideradas “avançadas” para a época, foi acusado de heresia pela Igreja Católica, sendo levado até Roma para julgamento em 1576. Poucos meses depois, abandonou o hábito e fugiu da Itália um ano depois. Com passagens pela Suíça, Inglaterra, França e Alemanha, dedicando-se a escrever sobre cosmologia, física, magia e a arte da memória. Demonstrou, mesmo utilizando um método incorreto, que o Sol era maior que a Terra.


Porém, Giordano caiu na armadilha do nobre Giovanni Mocenigo (1558-1623), que o fez retornar para o território italiano em 1592 apenas para ser preso pelos oficias da Inquisição. Encarcerado por oito anos, não renunciou suas doutrinas, e recebeu pena de morte em 1600, sentenciado à fogueira.



Inspiração


O filósofo italiano parece ter sido um dos maiores ídolos do jovem Bruno Borges, desaparecido desde o último dia 27. Além de diversas obras literárias que falam sobre as linhas de pensamento de Giodano, o jovem também mandou confeccionar uma réplica da estátua de homenageia o italiano.


O filósofo de ideias ousadas e consideradas inadequadas para época em que viveu, passou todos os seus dias em busca de uma verdade na qual acreditava. Questionou dogmas e argumentos absolutos criados pela sociedade e pela igreja, indo em busca de respostas para seus questionamentos.


Ainda não se conhece o teor das obras criptografadas de Bruno, mas ao que tudo indica o jovem que tem o italiano como fonte de inspiração parece ter aprofundado os questionamentos de Giordano em busca de novas verdades.  Com informações Astorige Carneiro


Compartilhar

Facebook
Twitter
WhatsApp
LinkedIn
posto village ezgif.com gif to avif converter

Últimas Notícias