Diversos movimentos sociais e centrais sindicais do país organizam uma greve geral para a próxima sexta-feira (28). A expectativa das categorias é paralisar os trabalhos de diferentes setores do país, em um único movimento pelas mesmas pautas de reivindicação, para aumentar a pressão sobre o governo.
A proposta da greve nacional, entretanto, é ousada e de difícil execução. A última greve geral do país ocorreu há 21 anos. O caso ocorreu em junho daquele ano, durante o primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso, contra a política de privatização do presidente, flexibilização de direitos trabalhistas e desemprego. Na época, a estimativa é que 19% da população economicamente ativa do país tenha aderido ao movimento.
A maior greve geral do país ocorreu anos antes, em 1989, quando cerca de 70% dos trabalhadores do Brasil paralisaram as atividades. O movimento foi registrado contra o plano econômico lançado pelo então presidente José Sarney, que congelava preços e salários do país para controlar a inflação, que chegou ao pico de 1.782.9% ao ano.
Em 2017, a greve geral é marcada para tentar barrar a aprovação dos projetos de Reforma Trabalhista, Reforma da Previdência e da Tercerização, que entre outros pontos, permitem a contratação de terceirizados para qualquer cargo, aumenta a idade mínima para aposentadoria e flexibiliza as leis do trabalho. Não é possível fazer uma previsão sobre a adesão à greve geral desta sexta-feira, mas a expectativa de estudiosos da área é de que um número grande de trabalhadores pare as atividades. Em março deste ano, diversas categorias paralisaram pelas mesmas reivindicações.
Em entrevista ao portal UOL, a professora de Sociologia da USP, Paula Marcelino, afirmou que o período é favorável para este tipo de mobilização, inclusive porque os sindicatos passaram a tomar uma postura mais defensiva, voltado para a manutenção de direitos. Ela ainda afirma que o sucesso da greve depende de quais categorias irão paralisar, já que cada uma possui uma força diferente. Trabalhadores que lidam diretamente com a produção, por exemplo metalurgidos, petroleiros e do setor de transporte, tem mais peso que profissinais de outros setores, como professores.
(Com informações do UOL)