Uma delegação do governo boliviano virá ao Brasil esta semana para discutir o projeto hidrelétrico binacional de Guajará-Mirim, de 3 mil megawatts (MW) de capacidade instalada, no rio Madeira, na fronteira entre os dois países. O empreendimento tem investimento estimado em R$ 15 bilhões.
Em dezembro de 2016, a Eletrobras e o consórcio Energia Sustentável do Brasil (ESBR), que opera a hidrelétrica de Jirau (RO), no rio Madeira, assinaram memorando de estudos da UHE Guajará-Mirim.
Esses estudos que poderão ser concluídos em 18 meses, darão suporte à estatal e sua parceria boliviana Ende, para estruturar o leilão do projeto binacional, nos moldes do Itaipu Binacional.
A hidrelétrica cria ainda uma malha hidroviária de 4,2 mil quilômetros navegáveis e vai estabilizar o reservatório de Jirau, adicionando 280 MW médios de geração. O grupo franco-belga Engie, maior investidor privado em geração elétrica no País, controla o consórcio ESBR.
Também está previsto o apoio da Energia Sustentável do Brasil ao governo boliviano para o desenvolvimento do projeto de Cachuela Esperanza, de 600 MW, integralmente no país vizinho, no rio Beni, afluente do rio Madeira.
Caso o projeto de Guajará-Mirim avance, o objetivo do governo brasileiro é costurar um acordo com o governo boliviano nos moldes do Tratado de Itaipu, no qual o Brasil compartilha a operação da hidrelétrica de Itaipu com o Paraguai.
Assim como o Paraguai vende parte de sua energia de Itaipu para o Brasil, a ideia é que o governo boliviano exporte uma parcela de seu volume em Guajará-Mirim. Isso porque a demanda do país boliviano é relativamente pequena.
Um ponto que ainda precisa ser solucionado diz respeito ao financiamento do empreendimento. O plano original contava com financiamento do BNDES.
A Eletrobras informou que assinou com a Ende, em abril do ano passado, um acordo de cooperação que estabelece as condições e mecanismos que permitem aprofundar os estudos. Redação Ecos da Notícia