O senador Jorge Viana e seu irmão, o governador do Acre Sebastião Viana, foram mais uma vez citados nos desdobramentos da Operação Lava Jato. Desta vez, seus nomes figuram na ´lista da morte´ do ministro Edson Fachin, do STF. Segundo o Ministério Público, o senador Jorge Viana pediu dinheiro para campanha eleitoral de seu irmão, Tião Viana, ao governo do Acre, em 2010. Os delatores disseram aos investigadores que repassaram R$ 2 milhões à campanha de Sebastião Viana, sendo R$ 500 mil como doação oficial e os outros R$ 1,5 milhão como caixa 2.
Os delatores, segundo a imprensa nacional, afirmaram que o valor foi descontado da cota global do PT, o pagamento contou com a anuência de Antônio Palocci, ex-ministro dos governos Lula e Dilma, e o pagamento foi efetuado pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, que se tornou mais conhecido como “departamento de propinas” da empresa.
Os detalhes dessa história são conhecidos mas quem exatamente está lançando suspeitas sobre os dois irmãos?
São dois delatores. Um deles já esteve no Acre apresentando o projeto das usinas do Rio Madeira quando estes eram apenas uma pretensão governamental: era o presidente da Construtora Odebrechet, Marcelo Bahia Odebrecht, nascido em Salvador em 18 de outubro de 1968, um engenheiro civil e empresário de vários ramos. Desde dezembro de 2008 a 2016 era presidente da Odebrecht, uma das maiores empresas de engenharia e construção da América.
Em 8 de março de 2016, a Justiça Federal condenou Marcelo Odebrecht a 19 anos e quatro meses de prisão por crimes envolvendo o esquema de corrupção descoberto na estatal Petrobras pela Operação Lava Jato. O dono de uma das maiores empreiteiras do país foi condenado pelos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa, sendo esta a primeira condenação de Marcelo Odebrecht. Em 1º de dezembro de 2016 fechou acordo de delação premiada junto com seu pai Emílio Odebrecht, e se comprometeu a pagar, através da Construtora Odebrecht 8,6 bilhões de reais a título de indenização por ter se envolvido em atos de corrupção. Desde então, suas declarações vem subsiando os grandes processos da Operação Lava Jato.
Bel Silva
Outro delator dos irmãos Viana é um sujeito do tipo “sombra”, o executivo Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho, também nascido na Bahia em 16 de novembro de 1955, filho de um trabalhador identificado como Neude da Silva.
Hilberto, mais conhecido como Bel Silva, é dono de uma rede de churrascarias na Bahia e atuava como executivo da Odebrecht quando foi preso na Operação Xepa. Naquele momento, Bel chefiava o ´departamento de propinas´ da Odebrecht.
Xepa é o nome dado à operação deflagrada pela Polícia Federal em 22 de março de 2016. Representou a 26.ª fase da Operação Lava e um desdobramento da 23.ª fase da ação – a Operação Acarajé – que atingiu o publicitário, João Santana, e sua mulher e sócia, Monica Moura, baseada em informações prestadas pela esposa do publicitário.
No momento da prisão, Bel Silva estava em seu apartamento, no Jardim Apipema, condomínio de luxo, no Horto Florestal de Salvador. O executivo foi apontado nas investigações como operador de propinas por meio de offshores (empresas abertas em paraísos fiscais). Depois de preso, foi levado para a Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba, onde se concentram as investigações da Lava Jato.
Com informações ac24horas