Rio Branco vai sediar no dia 6 de abril o I Seminário sobre Saúde Indígena promovido pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). O evento, que vai reunir médicos e profissionais de saúde que atendem a população indígena, vai debater problemas de saúde prevalentes nessa população, como desnutrição infantil, tuberculose e doenças infecto-contagiosas.
“A saúde indígena é um mundo, com inúmeros desafios”, enfatiza a coordenadora da Comissão de Integração de Médico de Fronteira e conselheira federal pelo Acre, Dilza Ambros Ribeiro. Entre os problemas prevalentes entre os índios estão o alcoolismo e doenças infectocontagiosas, como hepatites e HIV. As taxas de suicídio também são alarmantes. Enquanto a média nacional é de 5,3 casos para cada 100 mil habitantes, nos municípios indígenas, ela sobe para 30, chegando a 50 em São Miguel da Cachoeira (AM). “O trabalho com os indígenas é muito delicado, pois temos de respeitar suas tradições, mas levar em consideração que eles estão numa posição fragilizada ao se relacionarem com os não-indígenas e que precisam de um cuidado diferenciado”, afirma a conselheira.
Após a abertura, às 8h30, a ser realizada pelo presidente do CFM, Carlos Vital, e por Dilza Ribeiro, será realizada a mesa redonda “Desafios da Saúde Indígena”, que será dividida por subtemas. A primeira palestra, sobre “Políticas Públicas em Saúde Indígena”, será proferida pelo infectologista e deputado estadual Jenilson Leite (PCdoB/AC). Em seguida, o coordenador do curso de medicina da Universidade Federal do Acre, Rodrigo Silveira, falará sobre os “Desafios do Atendimento Médico em População Indígena”. Jenilson Leite é da região de Tarauacá e conhece bem a problemática indígena, assim como Rodrigo Vieira, que foi para o Acre para tratar da saúde indígena. “Tenho certeza que os dois darão importantes contribuições sobre os problemas de saúde enfrentados pelos índios”, acredita Dilza.
A palestra seguinte será do presidente da Confederação Médica Latino-Americana e do Caribe (Confemel) e conselheiro federal Jeancarlo Cavalcanti, responsável por falar sobre “Cooperação Internacional e saúde Indígena”. O tema “Ética médica e cultura indígena” ficará a cargo do médico e padre Aníbal Gil Lopes. A mesa redonda será concluída com a apresentação do coordenador de Assuntos Jurídicos do CFM, Alejandro Bullón, que falará sobre “Tópicos Jurídicos em Saúde Indígena. Jeancarlo Cavalcanti e Aníbal Gil Lopes também são integrantes da Comissão para Integração de Médicos de Fronteira do CFM. Dilza Ribeiro lembra que as nações indígenas não seguem divisões territoriais entre os países, o que requer uma atuação internacional. Já Aníbal Gil Lopes, por ser padre, fará uma abordagem humanista acerca da saúde indígena.
Para o horário da tarde está prevista a conferência “Visão geral da saúde indígena no Mato Grosso do Sul”, que abordará questões como violência, desnutrição infantil, DST/HIV, drogas e tuberculose, sendo esses os principais problemas que atingem os indígenas do estado. O conferencista será o urologista Faisal Augusto A. Esgaib, que atua em Ponta Porã e é integrante da Comissão para Integração de Médicos de Fronteira do CFM. A conferência seguinte debaterá o tema “Saúde mental em saúde indígena”. Ao final do seminário será disponibilizado um tempo para que o público relate experiências na saúde indígena. Serão convidados representantes do Ministério da Defesa, da Saúde e de entidades de defesa dos interesses indígenas para que relatem problemas e desafios encontrados.
“Este será o primeiro seminário, de outros que pretendemos realizar. O objetivo é que sejam apresentadas propostas, a serem implementadas futuramente. Acreditamos ser possível uma ação conjunta do CFM, do executivo e do terceiro setor em prol da saúde indígena”, afirma Dilza Ribeiro.
Veja, abaixo, a programação:
I SEMINÁRIO SOBRE SAÚDE INDÍGENA DO CFM
Data: 06 de abril de 2017.
Horário: das 08h00 às 16:30h
Local: Faculdadade Uninorte – União Educacional do Norte, localizada na BR 364 Km 02 – Alameda Hungria, 200 Jardim Europa II – Rio Branco/AC.
Inscrições: aqui
PROGRAMAÇÃO PRELIMINAR
8h – Credenciamento
8h30 – Abertura
Carlos Vital Tavares Corrêa Lima – Presidente do CFM
Dilza Teresinha Ambrós Ribeiro – Coordenadora da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira do CFM
Sebastião Afonso Viana Macedo Neves – Governador do Estado do Acre – a confirmar
9h00 – 10h40 – Mesa Redonda: Desafios da Saúde Indígena
Presidente: Dr Ademar Carlos Augusto – Conselheiro Federal
Secretária: Dra Maria das Graças Creão Salgado – Membro da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira do CFM
Políticas Públicas em Saúde Indígena – Dr Jenilson Leite – Deputado Estadual do Acre
Desafios do Atendimento Médico em população Indígena – Dr Rodrigo Silveira – Coordenador do curso de Medicina da Universidade Federal do Acre-UFAC
Cooperação Internacional e Saúde Indígena – Dr Jeancarlo Fernandes Cavalcante – Presidente da CONFEMEL –
Ética Médica e Cultura Indígena – Dr Aníbal Gil Lopes – Membro da Comissão para Integração de Médicos de Fronteira do CFM –
Tópicos Jurídicos em Saúde Indígena – Dr José Alejandro Bullon Silva – Assessor Jurídico do CFM –
10h40 – 12h – Debates
12h00 – 14h00 – Intervalo
14h às 15h30 – Mesa redonda: Saúde Indígena
Presidente: Dr Leonardo Sérvio Luz – Conselheiro Federal
Secretário: Dr Wirlande Santos da Luz – Conselheiro Federal
Visão Geral da Saúde Indígena em Mato Grosso do Sul – (violência, desnutrição infantil, DST/HIV, drogas e tuberculose) – Dr Faisal Augusto Alderete Esgaib – Membro da Comissão de Integração de Médicos de Fronteira do CFM –
Caracterização do território indígena DSEI-Distrito Sanitário Especial Indígena Rio Juruá – principais agravos – Dr Francisco Albino de Araújo – Médico Especialista em Saúde Indígena –
Subsistema de Saúde Indígena (experiência no Distrito Sanitário Especial Indígena do Alto Rio Purus) – Ninawá Inu Pereira Nunes Huni Kui – Assessor Distrital do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI) de Alto Purus
15h30 às 16h30 – Debates
Mais informações com Rejane Medeiros (61) 2101-5829 e Sandro Patrício (68) 99237-6027
Asscom