Professora argentina percorre 48 mil km para exibir filmes em escolas

A professora argentina Maria Marta Rizzo, de 35 anos, deixou as salas de aulas há dois anos e decidiu viver uma aventura buscando espaços educativos alternativos para as crianças na América Latina. Sozinha, Maria percorreu 48 mil km morando em um carro que foi adaptado por um amigo com sofá-cama, armários e água.


Apaixonada pela educação, a professora faz mostras de filmes gratuitamente em escolas públicas para conhecer o trabalho das instituições. Por isso, o nome do projeto é Cine Viajero, o que significa cinema viajante.


“No meu carro, que é minha casa, o sofá vira mesa e cama. Eu ajudei a fazer a adaptação, mas a maior parte do trabalho foi feita por um viajante que hoje é ancião, mas viajava por todo o mundo com a esposa. Ele parou e agora ajuda outras pessoas a conhecerem o mundo”, relata.


Após sair da Argentina, Maria passou por Uruguai, Brasil, Venezuela, Manaus, onde pegou uma balsa, seguiu para Porto Velho (RO) até chegar a Rio Branco há três dias. O próximo passo é seguir para o Peru, Colômbia e México. Na capital acreana, ela exibiu dois ciclos de animações nas escolas Ramona Mula Pastor de Castro e Clínio Brandão.


“Tenho vários ciclos de cinema, o que exibi em Rio Branco foi uma seleção de curtas de animações que foi escolhido por crianças argentinas. Eu não gosto de todas e até critico, mas, como foi escolha delas, eu exibo. No Acre eu tive sorte, pois fui hospedada por uma professora e ela me ajudou a visitar as escolas”, conta.



Maria é educadora infantil, estudou cinema e faz parte de um grupo de mulheres da Argentina que atuam como educadores na primeira infância. O objetivo inicial da viagem, segundo ela, também era conhecer outros professores e a luta desses profissionais para melhorar as condições de trabalho e outras questões profundas relacionadas a educação.


“Para trabalhar bem é necessário ter boas condições para se sentir bem com a profissão e transmitir isso às crianças. Durante toda essa viagem, estou refletindo sobre todo o sistema educativo em geral. É uma trajetória de conhecimento do mundo, mas também de crescimento pessoal”, afirma.


Em cada cidade que passa, Maria conta que tenta conhecer um pouco da cultura local, porém afirma que é uma viajante e não turista. Dessa forma, busca conviver com os moradores, ouvir suas histórias e mergulhar na cultura dessas pessoas para ter uma vivência maior e conhecimento mais amplo do que seria o mundo deles.


Para bancar os custos com a viagem, ela conta que economizou por dez anos trabalhando como professora antes de pegar a estrada. Com o dinheiro, mudou de carro, comprou uma câmera para filmar o documentário e projetor para exibir os filmes. Além disso, trabalha em algumas cidades durante a viagem, faz artesanato e exibe os ciclos em praças e espaços culturais para arrecadar doações.



Maria diz que realizou o sonho de unir a paixão por educação, viagem e cinema. Sem ajuda do governo ou de ONGs, diz que todo o dinheiro arrecadado é gasto com gasolina e alimentação. A mulher diz que não sabe quanto gasta ou já gastou com combustível.


“Também vou me adaptando ao que cada país pode oferecer e tirando o melhor de todas essas experiências para poder, de alguma forma, melhorar como pessoa e melhorar a educação”, finaliza. Com informações G1 Acre


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