Entre 21% e 30% das crianças nascidas no Acre são filhas de uma mãe adolescente. O índice, no Estado, está acima da média nacional, de 20%, dos 431 mil que nasceram, em 2016, de acordo com levantamento preliminar do departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (Datasus), divulgado pelo site UOL. No Brasil, Norte e Nordeste têm os maiores índices quase um terço de gestações precoces.
Nos últimos dez anos, a taxa de nascidos vivos de jovens menores de 20 anos no Brasil se manteve em patamar elevado — de 21,1% do total, em 2007, para 21,2%, em 2016. Nos EUA, essa taxa diminuiu 44% entre 2007 e 2015 (último dado disponível) — os bebês de mães adolescentes são perto de 6% do total.
A evasão escolar entre elas é alta, e a inserção no mercado de trabalho é baixa. Estudo do Ipea (instituto federal) apontou que 76% das brasileiras de 10 a 17 anos que têm filhos não estudam -e 58% não estudam nem trabalham.
Especialistas apontam um ciclo: quanto mais periférica e vulnerável a população, mais mães jovens, condição que agrava a pobreza e gera mais gestações antecipadas. A evasão escolar entre elas é alta e a inserção no mercado de trabalho é baixa. Estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) apontou que 76% das brasileiras de 10 a 17 anos que têm filhos não estudam e 58% não estudam nem trabalham.
Outro elemento que estimula a gravidez precoce é a volatilidade da adolescência. São maiores as chances de a menina esquecer de tomar a pílula, deixar de usá-la quando terminar o namoro ou de não contar à família que tem relações sexuais. “A jovem tem um pensamento de que nada vai acontecer com ela. A amiga engravida, mas ela não”, afirma a obstetra Cristina Guazzelli, da Unifesp.
De acordo com o neonatologista Sérgio Marba, da Unicamp, esses bebês também têm maior risco de prematuridade, baixo peso, mortalidade e complicações como má formação. “É uma mãe que não faz pré-natal direito, tem condição socioeconômica mais complicada e, muitas vezes, esconde a gravidez.” Com informações UOL.