Há mais de meio século no mercado, barbeiro diz: ‘pedem que eu não pare’

Os primeiros cortes de cabelo, ainda gratuitos, foram aos 16 anos em Sena Madureira, cidade onde nasceu. Barbeiro há mais de seis décadas, Ziza Alves da Costa, de 78 anos, é praticamente um patrimônio acreano. Com mais de meio século à frente de uma barbearia no Centro de Rio Branco, ele revela que até pensa em se aposentar, mas os clientes não deixam.


No início, ganhou de presente duas máquinas manuais e começou a atender os amigos, até que passou a ganhar uns trocados. A dificuldade financeira o impediu de continuar os estudos, parou ainda na quinta série, porque precisava trabalhar.


No final da década de 1960, decidiu se mudar com a esposa e cinco filhos para a capital, onde nasceram mais dois.
“Com muita luta, consegui um ponto, comecei a trabalhar e deu certo. Meu lema era esse: criar sete filhos e, graças a Deus, todos estão bem”, diz.


A clientela é variada, mas a maior parte é formada por pessoas mais velhas. Segundo ele, “o povo jovem” prefere as barbearias mais modernas.


O acreano conta que existe cliente que é atendido há pelo menos 60 anos, desde o início. Em outros casos, corta o cabelo da quarta geração da família.


Atualmente, ele conta com um funcionário. Mesmo às vezes cogitando a possibilidade de tocar um pedaço de terra que possui, Costa afirma que alguns clientes fazem questão de frequentar a barbearia. De qualquer forma, a última coisa que pensa é ficar parado.


“Criei uma amizade tão grande com as pessoas e tem gente que pede ‘pelo amor de Deus’ que eu não pare [de trabalhar]. Continuo devagar para não parar, porque parar também é ruim. Até penso, mas vou lutando enquanto tiver força”, ressalta entre sorrisos.


Cliente há mais de 40 anos, o bioquímico Luiz Augusto Batista, de 66 anos, é um dos que não querem saber de outro local. Ele diz que, mesmo durante viagens, espera voltar à capital acreana para aparar a barba e o cabelo.


“Sempre tive uma admiração pelo seu Ziza, além da amizade. Não corto a barba e o cabelo em lugar nenhum. Posso viajar, passar um ou dois meses fora, mas não tem perigo. Só corto com ele e, se eu ficar doente, ele vai ter que ir na minha casa cortar”, brinca. com informações G1 Acre


Bioquímico Luiz Augusto Batista, de 66 anos, é cliente há mais de 40 anos (Foto: Caio Fulgêncio/G1)

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