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Falta de médicos em Guajará, no Amazonas, sobrecarrega hospitais em Cruzeiro do Sul

A falta de médicos no município de Guajará (AM), a 16 quilômetros de distância de Cruzeiro do Sul, tem obrigado pacientes do sistema público de saúde amazonense a migrarem para o Acre. A denúncia foi feita à reportagem por um profissional da área e confirmada por funcionários do Hospital João Barbosa e pelo promotor de Justiça de Ipixuna, Iranilson Ribeiro, que atualmente também responde pela Promotoria de Guajará.


Com o quadro de pessoal reduzido graças a aposentadorias e licenças, o hospital conta com atendimento médico apenas às terças-feiras e em um único dia no final de semana, informou o promotor.


E os prejudicados não são apenas os enfermos e as grávidas que precisam recorrer às unidades de saúde no município acreano. O delegado da cidade, cansado de tentar sem sucesso realizar um simples exame de corpo de delito, acabou incluído como testemunha na ação civil pública proposta pela promotoria contra o governo do Amazonas.


Funcionários e o diretor do Hospital, Vanderson Cavalcante, também viraram testemunhas na ação, que tramita na justiça amazonense desde 2014, quando Iranilson Ribeiro ainda não respondia pela Promotoria de Guajará.


Na época, uma liminar determinou que o governo mantivesse o atendimento médico no hospital 24 horas por dia. Mas a decisão foi cassada. E o promotor de Ipixuna entrou com recurso.


“Esperamos sensibilizar as autoridades para a situação do hospital e para o drama dos moradores daqui”, disse Iranilson Ribeiro por telefone.


Muitos problemas
Em uma diligência realizada no Hospital João Barbosa, o promotor de Ipixuna detectou diversas irregularidades relatadas na ação civil pública. Entre elas, a falta de equipamentos.


“Partos são realizados apenas em mulheres que já tiveram filhos. Se uma mãe de primeira viagem for dar à luz, ela é imediatamente encaminhada à Maternidade de Cruzeiro do Sul”, disse Ribeiro.


Para o promotor – que ainda aguarda relatório sobre as condições de atendimento na unidade de saúde de Guajará – o hospital não oferece condições de atendimento de pacientes em caso de risco de morte.


“Não sou especialista na área. Mas como leigo posso afirmar que ali não existe a mínima estrutura para pacientes em risco”, disse.


Panorama regional
A distância entre o pequeno município de Guajará e a capital amazonense Manaus é superior a 1,4 mil quilômetros em linha reta. Entre Guajará e Cruzeiro do Sul, no Acre, são apenas 16 quilômetros de estrada com asfalto.


As duas localidades são próximas, também, quando o assunto é o comércio de bens alimentícios. Não é por acaso que muitos empresários cruzeirenses estenderam seus negócios até o vizinho município do Amazonas. Com informações ac24horas


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