O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Gadelha, disse nesta segunda-feira, 20, no Acre, que é a favor da reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer. A declaração foi dada em entrevista à imprensa durante evento no auditório da Assembleia Legislativa sobre as ações de interiorização do INSS.
Gadelha explicou, no entanto, que o INSS não participou da proposta de formulação da reforma. Essa responsabilidade é da Secretaria de Previdência, órgão subordinado ao Ministério da Fazenda.
“É necessário fazer a reforma por conta da drástica mudança demográfica brasileira. Nenhum país do mundo que passou pelas mudanças demográficas pelas quais o Brasil está passando agora conseguiu atravessar esse momento sem fazer alterações legais. O que está acontecendo é que as pessoas estão vivendo mais, o brasileiro está mais longevo e na outra ponta as famílias estão tendo menos filhos. Isso significa que em menos prazo nós teremos menos pessoas no mercado de trabalho. Ora, a maior parte do sistema previdenciário se dá da relação entre empregador e empregado. Se você tiver menos pessoas no mercado de trabalho, você terá menos pessoas financiando as pessoas que se aposentaram”, argumentou.
Além da mudança demográfica, o presidente do INSS lembra que o aumento do nível da automação, a substituição do homem pela máquina nos últimos anos é outro fator a ser levado em consideração.
“Nos países desenvolvidos cada vez mais as fábricas utilizam máquinas em detrimento do capital humano, das pessoas. Se nós não estivermos atentos a esses dois fenômenos, o da mudança demográfica e do aumento do nível da automação, nós teremos num futuro não muito distante dificuldades para honrar os compromissos. A extensão dessa reforma caberá ao Congresso definir.”
A reforma da Previdência que tramita no Congresso Nacional prevê, entre outras coisas, idade mínima de aposentadoria de 65 anos e contribuição previdenciária por um período de 49 anos. Com informações ac24horas