Ataque em Londres: quem eram as vítimas?

Aysha Frade estava a caminho da escola dos filhos (Foto: Divulgação/ BBC)

A britânica Aysha Frade, de 43 anos, foi a primeira vítima a ser identificada do ataque terrorista no Parlamento em Londres na quarta-feira (22), que deixou quatro mortos e 40 feridos.


Ela cruzava a ponte de Westminster para buscar seus dois filhos, de 8 e 11 anos, na escola quando um carro subiu sobre a calçada e atropelou vários pedestres que andavam no local.


Aysha era professora de espanhol no DLD College, uma escola dedicada aos dois últimos anos do equivalente ao ensino médio, localizada em Westminster. Ela havia acabado de sair do trabalho e atravessava a ponte quando foi atingida pelo veículo.


“Estamos muito chocados e tristes. Ela era muito querida e amada por nossos estudantes e seus colegas. Todos nós sentiremos muito sua falta”, disse a diretora da instituição em que Aysha trabalhava, Rachel Borland, em um comunicado.


De ascendência galega (da Galiza, Espanha), Aysha sempre viveu em Londres, segundo o jornal espanhol La Voz. Foi na capital inglesa que seus pais se conheceram.
Seu pai era do Chipre, e sua mãe nasceu na cidade de Betanzos, no noroeste da Espanha, onde Aysha costumava passar as férias com o marido e os filhos.


Palmer trabalhava há 15 anos como policial (Foto: Divulgação/BBC)

‘Morreu cumprindo seu dever’
O policial Keith Palmer foi morto a facadas no atentado. Aos 48 anos, o ex-militar trabalhava havia 15 anos na corporação e era casado com filhos.


Palmer integrava o Serviço de Proteção Parlamentar e Diplomática da polícia de Londres quando foi apunhalado por Khalid Masood, que dirigia o carro que matou Aysha.


Após colidir contra um gradil, Masood correu em direção à entrada do Parlamento armado com duas facas quando se deparou com Palmer.


“Lamentavelmente, ele não estava armado no momento do ataque”, disse o chefe da unidade antiterrorismo da polícia de Londres, Mark Rowley. Esfaqueado, o policial foi socorrido pelo deputado Tobias Ellwood, mas não resistiu.


“Keith Palmer foi assassinado enquanto cumpria valentemente seu dever: proteger nossa cidade e o coração de nossa democracia daqueles que querem destruir nosso modo de vida”, disse o prefeito da capital britânica, Sadiq Khan em um comunicado.


‘Kurt era um homem bom e um marido dedicado’


O segundo morto nos atropelamentos na ponte de Westminster foi identificado como o americano Kurt Cochran, do Estado de Utah.


Kurt Cochran estava viajando com a mulher pela Europa (Foto: Clint Payne via AP)



A mulher dele, Melissa, ficou gravemente ferida e está hospitalizada.
O casal estava viajando pela Europa para comemorar 25 anos de casamento e havia visitado parentes dela, que são missionários mórmons.


Em uma declaração divulgada pela Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Clint Payne, irmão de Melissa e cunhado de Kurt, disse: “Nossa família está arrasada com a morte do nosso irmão e cunhado, Kurt W. Cochran”.
“Kurt era um homem bom e um marido dedicado para nossa irmã e filha Melissa. Eles estavam na Europa para celebrar seus 25 anos de casamento e deveriam voltar quinta-feira para os Estados Unidos.”


“Melissa também sofreu ferimentos graves no ataque e está em tratamento no hospital. Manifestamos nossa gratidão aos serviços de emergência e à equipe médica que os atendeu e pedimos preces por Melissa e pela nossa família.”
“A falta de Kurt será muito sentida e pedimos privacidade durante o luto da nossa família e enquanto Melissa se recupera dos ferimentos.”


A irmã de Melissa Cochran, Sara Payne-Mcfarland, escreveu no Facebook: “Minha irmã, Melissa, quebrou uma perna, uma costela e sofreu um corte na cabeça”.
“Ao mesmo tempo em que estamos felizes porque ela sobreviveu, nossos corações estão partidos e nunca mais serão os mesmos depois que perdemos nosso querido tio, cunhado, pai. Kurt, você é um HERÓI, e nós nunca o esqueceremos.”


‘Figura periférica’
O quarto morto é o próprio autor do atentado, identificado pela polícia como sendo o britânico Khalid Masood, de 52 anos.


Autor do atentado em Londres foi identificado pela polícia londrina como sendo o britânico Khalid Masood (Foto: Stefan Rousseau/PA via AP)

Ele foi morto a tiros por um policial na entrada do Parlamento. Seus motivos para o ataque estariam, segundo Rowley, ligados a “islamismo radical”.


Nascido em Kent, no sul da Inglaterra, Masood estaria vivendo na região de Birmingham, na região central do país, acreditam os investigadores.
Segundo a polícia, ele não era alvo de nenhuma investigação em curso e não havia informações prévias de que planejasse um ataque.


Masood era, porém, conhecido pela polícia: acumulava uma série de condenações por agressões – incluindo lesões corporais graves -, posse de armas e por perturbar a ordem pública.
Ele teria sido investigado há alguns anos por causa de extremismo violento, mas era tido como “figura periférica”.


Os feridos
Dos 40 feridos no atentado, todos eles por causa dos atropelamentos na ponte, 29 foram hospitalizados. Até o momento, sabe-se que vários eram estrangeiros – o local do ataque, onde também fica a torre do relógio Big Ben, é um dos pontos turísticos mais movimentados da cidade.


Entre eles, estavam 12 britânicos, quatro sul-coreanos, dois romenos, dois gregos e três adolescentes franceses. Havia ainda cidadãos da Alemanha, Polônia, Irlanda, China, Itália e Estados Unidos.
Três policiais ficaram feridos. Dois deles estão em estado grave, informou Rowley, assim como uma mulher que caiu no rio Tâmisa.


Outras quatro pessoas também estão internadas em estado grave.


G1 Mundo


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