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Após polêmica, manifestante afirma que gesto não foi para a PM: “No final de tudo as lesadas fomos nós”

Uma imagem de sete manifestantes registrada na última quarta-feira (8), durante atos de protestos no dia Internacional da Mulher, na qual jovens fazem gestos obscenos com as mãos na Praça da Revolução, em Rio Branco, viralizou nas redes sociais. O motivo seria pela foto ter sido feita em frente ao Quartel Geral da Polícia Militar do Acre (PMAC), cenário este que, apesar de aparece na foto, não teria sido de forma proposital, de acordo com as representantes do movimento.


Mariana Isla, uma das manifestantes, apresentou sua versão sobre a foto: “Nós estávamos em uma manifestação com nossos cartazes protestando em razão da violência contra as mulheres, contra o machismo, encontramos uma amiga fotógrafa, a Cristiane, que faz um trabalho voltado para dar voz às mulheres. Daí então ela pediu para tirarmos uma foto fazendo o gesto e nós fizemos, não nos posicionamos em frente ao quartel propositalmente, estávamos na praça e a foto aconteceu no local que estávamos, foi só isso”.
A estudante fez questão de destacar que o objetivo nunca foi atacar a Polícia Militar: “Não é nada contra a PM, foi um ato de protesto contra tudo o que está errado, é um ato de resistência. Estávamos com cartazes que falavam dos nossos protestos, mas infelizmente os meios de comunicação acharam por bem divulgar que estávamos desrespeitando a PM, sem sequer nos ouvir, por isso deu no que deu”.


A Polícia Militar do Acre chegou a declarar a um site local que está trabalhando para identificar as envolvidas para então entrar com uma ação de reparação de danos morais para uma responsabilização civil pela atitude delas e solicitar a retirada da imagem de circulação nas redes sociais. Pois, na visão do representante da corporação, o ato seria uma afronta ao Estado e a instituição de Segurança Pública.


Quanto ao possível processo, Mariana Isla explica que o grupo já está em contato com advogados: “A Cristiane [quem tirou a foto] entrou em contato com algumas entidades nacionais que já lidam com situações assim. A Adufac [Associação dos Docentes da Ufac], que estava colaborando com o ato, também já marcou uma reunião esta semana com a parte jurídica da instituição. Se eles querem recorrer, não podemos fazer nada além de nos defender, mas nós também iremos entrar com ações contra quem nos expôs”.


Procurada pela reportegam, a Secretaria Adjunta de Mulheres informou que está trabalhando para articular uma conversa com a SepMulheres e também acionará a advogada do órgão.


Ainda de acordo com a ativista, após a repercussão da imagem algumas das jovens passaram a sofrer ameaças e ofensas no Facebook: “No final de tudo as lesadas fomos nós, feriram nossa liberdade de expressão, foram inúmeros comentários machistas e tantos xingamentos que recebemos, que uma de nossas amigas recebeu até ameaças pelo Facebook de forma privada”. Com informações Nany Damasceno


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