50% das meninas com até 11 anos sofrem mutilação genital na Indonésia

Apesar de ser condenada pelo governo indonésio e pela Organização das Nações Unidas (ONU), ablação, ou mutilação genital feminina, que pode ser parcial ou total, ainda é feita em 50% das meninas com até 11 anos da ilha, que tem 255 milhões de habitantes, segundo uma pesquisa do governo.
A prática consiste em cortar o capuz clitoriano e os pequenos lábios da bebê, sem nenhum tipo de anestesia. Geralmente, os gritos e choro de dor da criança se mistura à música tradicional durante o ritual que, para os religiosos, deve livrar as meninas do pecado e mostrar que ela é oficialmente muçulmana.


“É difícil vê-la gritar assim, mas é a tradição”, diz à AFP o pai de uma das crianças, Arjun Djafar, um operário de 23 anos, durante a cerimônia.


A Indonésia é o país muçulmano mais populoso do mundo. Na província de Gorontalo, o número de ablações, consideradas internacionalmente uma violação dos direitos básicos das meninas, é ainda maior do que a média nacional, atingindo cerca de 80% das garotas.


Segundo informações do Yahoo, a circuncisadora Jadijah Ibrahim, que sucedeu sua falecida mãe na função, diz que as meninas que não forem submetidas a uma ablação podem sofrer com “problemas mentais e deficiências”.


As Nações Unidas já adotaram duas resoluções contra esta “prática nociva”, que pode provocar problemas como a infertilidade e um maior risco de complicações no momento do parto.


Na Indonésia, o debate sobre a mutilação genital feminina se intensificou nos últimos anos, e hoje até mesmo algumas organizações muçulmanas estão contra a prática, como a Muhamadiayh, a segunda do país, que dissuade seus partidários a recorrer a ela.


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