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Trans brasileira no vôlei italiano pode virar caso de Justiça

A presença de uma jogadora brasileira transexual na segunda divisão do vôlei feminino na Itália pode virar caso de Justiça.
Batizada como Rodrigo, Tifanny Abreu tem 32 anos, 1,94m de altura e atua como oposta. Segundo o jornal “Corriere della Sera”, a atleta fez a cirurgia para mudança de sexo em 2014, mas continuou jogando por clubes masculinos até o início de 2017, quando se tornou a primeira transexual brasileira a receber autorização da Federação Internacional de Vôlei (Fivb) para se juntar às mulheres.


No último fim de semana, fez sua estreia pelo Golem Software Palmi e marcou 28 pontos na vitória por 3 sets a 1 sobre o Delta Informatica Trentino. Ao fim da partida, foi eleita a melhor em quadra e bastante aplaudida pelo público.


“O que aconteceria se fôssemos ao Brasil, pegássemos três trans e as levássemos para jogar conosco o campeonato feminino? Venceríamos o campeonato. Mas isso não está certo”, declarou o diretor-geral do time Millenium Brescia, Emanuele Catania, que garantiu ter o “máximo respeito” por Tifanny.


“As regras têm de ser precisas. As outras equipes não são tuteladas: foi jogada na briga uma profissional que prejudica o equilíbrio da temporada em curso. As regras do jogo foram mudadas, e isso não está certo”, acrescentou.


No próximo dia 5 de março, o Millenium visitará o Palmi, em um duelo que promete ser decisivo na disputa por uma vaga nos playoffs. Apesar de prometer que não tentará anular nos tribunais uma eventual derrota, Catania diz que não descarta a possibilidade de participar de uma “ação de classe” ao lado de outros clubes contra a brasileira.


“Há vídeos que mostram como Tifanny carrega o dobro do peso que a média. Seu DNA continua masculino”, afirmou o cartola, salientando que a transexual leva uma “evidente” vantagem física em relação às adversárias.


Por meio de um comunicado oficial, o Golem Software Palmi rebateu as declarações de Catania e lembrou que “não é preciso ser endocrinologista” para saber que a diminuição da concentração de testosterona e o aumento dos hormônios femininos – resultado do tratamento hormonal feito pela atleta – provoca redução da massa e da potência muscular.


“A pergunta é: Tifanny é uma jogadora fora de sua categoria? A resposta é sim, porque ela seria mais adequada à primeira divisão. Para a legislação vigente, e em primeiro lugar para ela, trata-se de uma mulher, e só entre as mulheres ela pode jogar”, diz a nota. (ANSA)


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