MP pede liberdade para jovem que matou pai após estupro, diz conselho

O Ministério Público do Acre (MP-AC) representou pela liberdade da adolescente de 14 anos que matou o pai alegando ter sido abusada sexualmente durante pelo menos dois anos, de acordo com o Conselho Tutelar de Tarauacá, cidade onde ocorreu o caso. A garota foi ouvida pelo órgão ainda nesta quinta-feira (9).


A jovem atirou no pai de 34 anos com uma espingarda na última terça-feira (7). No entanto, somente na quarta (8) a Polícia Militar (PM) se destacou ao local da ocorrência, no Ramal da Cachoeira, zona rural do município. Procurado, o MP-AC não quis comentar sobre o assunto, que aguarda por uma decisão judicial.


José Carlos Bezerra, presidente do Conselho Tutelar, diz que a adolescente chegou a afirmar em depoimento que, devido aos estupros, “faria de novo”. O conselheiro ressalta que a garota está tranquila e recebendo acompanhamento psicológico. O parecer da Justiça deve definir o que vai ser feito com a autora.


“Todos os procedimentos cabíveis estão sendo tomados. Ela está tranquila, porque está sendo acompanhada por psicólogo. O MP pediu para ela ficar livre, porque é um caso em que a autora também é vítima. Não sabemos o que vai acontecer, estamos aguardando uma resposta do juiz”, acrescenta Bezerra.


Entenda o caso


Na noite do crime, os pais da adolescente estariam bebendo e, por volta das 23h, a mãe dela teria ido dormir, momento em que o pai pegou uma faca e a obrigou a manter relações sexuais com ele. O homem teria dito ainda que todos da família seriam mortos se a jovem não cedesse.
No entanto, a garota relatou à polícia que resistiu. A mãe, então, teria acordado para ir ao banheiro e viu o pai violentando a filha. Os pais iniciaram uma luta corporal, a menor pegou a espingarda e efetuou o disparo. O corpo do homem chegou a ser transportado por vizinhos até a zona urbana, mas ele não resistiu ao ferimento.
A Polícia Civil informou que a adolescente passou por um exame de conjunção carnal, onde o laudo médico comprovou o estupro. Conforme o órgão, a menor agiu em legítima defesa e não ficaria apreendida. A menina relatou que sofria abusos desde os 12 anos.


G1 Acre


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