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‘Minha casa está toda torta’, diz moradora atingida por cheia

Centenas de pessoas afetadas pela cheia histórica do Rio Juruá em Cruzeiro do Sul já retornaram para suas casas. Outras, porém, permanecem em abrigos por medida de segurança, já que algumas estruturas foram danificadas. José Lima, coordenador de Defesa Civil, diz que a medida visa resguardar a integridade das pessoas e que prefeitura estuda como ajudar as famílias a retornarem com segurança. O rio chegou a 11,46 metros neste sábado (11).


“Antes de autorizar o retorno das famílias, é feita uma vistoria no local para verificar a situação do imóvel. Muitas casas estão comprometidas e algumas correm risco de desmoronar por estarem situadas à beira de barrancos. Outras sofreram avarias que colocam em risco a segurança dos moradores”, conta.


A empregada doméstica Maria Costa diz que precisa de ajuda para recuperar o estrago que as águas do Rio Juruá deixaram. Ela e mais três filhas, de 13,12 e 10 anos, estudam uma maneira de voltar para a casa.


“Minha casa está toda torta. O assoalho soltou todo e muitas tábuas despregaram. Perdi quase tudo que tinha, pois a água subiu muito rápido. Não tenho família aqui na cidade, mandei minhas filhas para a casa de uma prima na comunidade Campinas, na BR-364. Não tenho condições de arrumar a minha casa e preciso de ajuda”, lamenta.


Antônio Santana, de 30 anos, diz que gostaria de retornar mesmo com a casa danificada. “O pessoal não permitiu que voltasse para dentro de minha casa por causa das paredes da cozinha que estão caindo. Se dependesse de mim, voltava assim mesmo como está. No abrigo é bom, mas tem muito barulho. Eu deixei minha mulher no abrigo e fui para um ramal serrar”, conta.


Como uma forma de acelerar a volta para casa, o pedreiro José Monteiro, de 26 anos, decidiu começar a reformar a casa.


“Minha casa é de alvenaria, mas o piso foi danificado. A casa aqui está em construção e ficou com cerca de 80 cm de água dentro. Quero voltar para cá o quanto antes. O abrigo é bom, mas não há nada igual a casa da gente. Então, comprei dois sacos de cimento e um metro de areia e vou ver o que faço para retornar o mais rápido possível para minha casa”, finaliza.



Cheia no Juruá


A enchente chegou a desabrigar, segundo os Bombeiros, 99 famílias e outras 742 estão desalojadas, ou seja, quando são aparadas em casas de parentes. Um total de 3,7 mil pessoas foram atingidas diretamente, precisando deixar as residências.
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) reconheceu, no último dia 3, o estado de situação de emergência da cidade. O reconhecimento foi publicado no Diário Oficial da União (DOU). O decreto foi assinado pelo prefeito Ilderlei Cordeiro (PMDB-AC) no último dia 30.
No mesmo dia, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, e o secretário de Defesa Civil, Renato Newton Ramlow, vistoriaram as áreas afetadas pelas águas. Eles percorreram de helicóptero os locais atingidos.
Na ocasião, Barbalho afirmou que, com o reconhecimento de situação de emergência, o governo federal disponibilizou um montante de quase R$ 4 milhões para ações emergenciais, com cestas básicas, kits de higiene e colchonetes. “São recursos para este momento de sofrimento para minimizar as dificuldades e trazer tranquilidade às famílias”, disse. (Com informações G1 Acre)


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