Após quase dois anos, Salles Jullian Martins foi condenado a 14 anos de prisão em regime fechado por matar a tiros o jovem Ítalo Murilo, na época com 23 anos, em uma parada de ônibus no bairro Placas, em Rio Branco. O julgamento foi concluído na tarde desta terça-feira (7). A vítima foi morta no dia 17 de abril de 2015.
O G1 tentou falar com a defesa do acusado, mas não obteve êxito até esta publicação.
A Justiça entendeu, de acordo com a sentença, a prática de homicídio qualificado por motivo torpe, em que houve dificuldade de defesa.
Murilo estava sentado na ponto de ônibus, quando Martins chegou e efetuou os disparos. A família contou que o jovem tentou correr, conseguiu desviar de dois tiros, mas tropeçou. O tiro que o matou atingiu as costas.
A sentença apontou que o acusado agiu por vingança, uma vez que imaginava que Murilo teria ateado fogo em seu veículo. No dia anterior ao assassinato, Martins chegou a ir até a casa da vítima e fez ameaças mediante ao suposto incêndio. Segundo o documento, ele confessou a autoria do crime.
Quando o acusado foi preso, a mãe da vítima, a autônoma Francisca Souza chegou a dizer que Martins dormia na casa dela e era muito amigo de Murilo. Ele, inclusive chegou a trabalhar com a mãe do jovem.
Ainda abalada, Francisca Souza revela que ainda é muito doloroso lidar com a perda do filho. Ela conta que praticamente todos os dias recebe mensagens de amigos do jovem falando sobre a saudade. Ítalo Murilo é o primeiro dos três filhos da autônoma.
“Meu filho faz muita falta. Tenho outro filho de seis anos e ontem mesmo [segunda, 6] foi um dia que ele acordou com saudade do irmão. A gente não esquece. Meu filho não era perfeito, tinha os defeitos dele, mas era querido e muito amoroso e respeitador. A única coisa boa é que foi confirmada a inocência do meu filho [no incêndio do carro]”, diz.
Francisca acrescenta que Martins, durante o julgamento, chegou a acusar a família dela de ameaçá-lo de morte.
“Não é verdade, tanto que, no dia que ele acusou meu filho, conversei e disse que Deus tomaria conta dele. Já é um ano e nove meses de dor e sofrimento. É difícil o dia que eu e os irmãos dele não choramos, porque ele era o homem da casa”, ressalta.
Entenda o caso
Martins e Murilo eram amigos, segundo a família, antigos colegas de escola. O acusado teve o carro incendiado e acreditou que a vítima teria causado o crime. Depois do crime, ele chegou a se apresentar na delegacia com um advogado, mas fugiu depois de ser liberado.
Em julho de 2015, quatro meses depois da morte, a família chegou a fazer dois protestos pedindo providências a respeito das investigações. No mesmo mês, tendo um mando de prisão em aberto, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-AC)divulgou a foto de Martins. Ele foi preso em agosto daquele ano pela polícia de Porto Velho (RO).
G1