Nascido e criado às margens do Rio Macauã, um dos principais afluentes do Rio Iaco, o estudante em Medicina Veterinária Natan Pinheiro Coelho, de 23 anos, menino acostumado a nadar e pescar no meio da floresta amazônica, não sabe explicar até hoje como ficou tetraplégico e conseguiu sair com vida após cerca de dez minutos no fundo de um açude.
Ele não lembra nem mesmo quando deu o mergulho que quase o matou. Os médicos que o atenderam na época do acidente acreditam que ele tenha mergulhado em um lugar bem raso, onde bateu a cabeça, fraturando a quinta vértebra da coluna cervical.
Após quase cinco meses do acidente, Natan é um exemplo de superação. Ele é um dos habitantes do nosso planeta que podem dizer que “viveu para contar a história”. Há quase cinco meses do acidente ele já está escrevendo e desenhando. Também já consegue fazer movimento com as mãos e pernas.
No dia 9 de agosto de 2016, Natan estava em um balneário de Sena Madureira acompanhado de amigos e familiares quando foi encontrado quase sem vida no fundo de um açude. Ao ser retirado do local todos acreditavam, até mesmo os médicos que o atenderam no hospital João Câncio Fernandes, que se tratava apenas de um afogamento.
Quando chegaram ao pronto socorro do Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco, onde foi prontamente atendido, os médicos especialistas descobriram que ele havia fraturado a quinta vértebra da coluna cervical.
Em janeiro deste ano Natan viajou para Brasília, onde está internado no hospital Sarah Kubitschek, um dos mais renomados do mundo, que atende, principalmente, vítimas de politraumatismos e problemas locomotores, objetivando sua reabilitação.
“Aqui no Sarah a gente primeiro aprende a cuidar da saúde do nosso corpo da maneira que está, para quando os movimentos voltarem (se voltarem), estarmos preparados para andar novamente. Todos os dias temos uma sequência de atividades envolvendo psicologia, pedagogia, nutricionistas, urologia, fisioterapia, educação física, entre outros”, conta o estudante, que se internou no hospital no dia 18 de janeiro deste ano.
Natan disse que os médicos até agora não souberam explicar sua evolução. “Fui diagnosticado com lesão medular completa, nivel C5, é um milagre fazer o que faço em tão pouco tempo de tratamento. Os médicos não sabem explicar minha evolução”, conta.
O estudante, que retorna ao Acre na próxima semana, confessa que está morrendo de saudade da namorada, da família e dos amigos. “Sinto saudade do Acre, em especial da família, namorada e dos amigos, pessoas que sem elas eu não estaria como estou hoje. Pessoas que se doaram, que lutaram para eu conseguir chegar até aqui. Só tenho a agradecer a cada um, de coração. Obrigado por tudo!”, disse emocionado. Com informações Contilnet