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Após ”fugir” da morte e tempo preso, ex-traficante vira lutador e mira UFC

O crime não compensa. Que o diga o amazonense Taffarel Brasil. Com talento para as artes marciais, Brasil, em vez de seguir no mundo da luta, preferiu usar o dom na vida do crime. Aos 15, ele deixou as aulas de capoeira para ser cobrador dos traficantes, em um bairro pobre de Manaus.


A ascensão na criminalidade foi meteórica e, por conta do sucesso, sofreu tentativa de assassinato e foi obrigado a fugir para o interior do Amazonas, em Presidente Figueiredo. Lá foi denunciado e acabou na cadeia, em 2014. No ”fundo do poço”, ele percebeu que havia escolhido o caminho errado. A saída da prisão, quatro meses depois, foi o bastante para ele mudar de foco e, mais uma vez, tentar fazer carreira no octógono.


– A primeira vez que entrei no crime foi quando viram que eu era bom de briga. Depois fui ganhando destaque, surgiu oportunidade de trabalhar com drogas. Peguei a primeira carga (5 kg) e comecei a distribuir e ganhar dinheiro. Depois fui crescendo cada vez mais no mundo do crime, enquanto jogava o talento fora- disse.


– Os concorrentes começaram a ter inveja de mim. Viram que eu estava ganhando dinheiro e começaram a meter ”olho gordo”. Tentaram tomar a minha boca, invadir a minha área. Foi então que tentaram me matar, quando escapei da morte. Com medo, acabei em Presidente Figueiredo (cidade a 100 quilômetros de Manaus). Lá comecei a me envolver como crime novamente. Passei quatro meses preso. Vi muita coisa dentro da prisão, que aquilo ali não era para mim. Percebi que na jornada do crime, me feri muito – acrescentou.


Com três filhos para criar, recriminado pela sociedade e sem um tostão furado, visto que a quantia obtida no tráfico foi tomado pela polícia, buscou a redenção. Em busca do sonho, vendeu todos seus pertences e rumou ao Rio de Janeiro. Hoje, com três lutas profissionais na carreira, sendo duas vitórias e uma derrota, o peso-leve sonha até mesmo com UFC.



– Quando saí (da cadeia), tentei me redimir. Eu vi que era discriminado pela sociedade. Tinha perdido minha dignidade. Nesse mesmo período, minha terceira filha nasceu. Desde então, mudei minha vida. Comecei a treinar em Manaus. De lá, tomei uma atitude: vendi tudo o que tinha na minha casa para ir para o Rio de Janeiro, em busca de um sonho. Hoje eu me sinto abraçado pela sociedade por causa do esporte. Meu sonho no MMA é chegar no UFC. E mostrar ao mundo todo que não lutamos apenas por amor, mas sim porque somos um guerreiro e um samurai. Podemos lutar pela nossa honra e dignidade – ilustrou.


Dificuldade no Rio de Janeiro



Ao desembarcar na cidade maravilhosa ”com uma mão na frente e outras atrás”, como diz, foi parar na favela, em Bangu. A retomada, desde então, tem sido complicada, mas ele deu sorte ao conhecer pessoas que o acolheram.


– Cheguei aqui (Rio) sem conhecer ninguém. Eu e minha esposa. Um pé na frente e outro atrás. Não tinha lugar para ir. Fomos parar em um favela, em Bangu. Foi quando eu conheci meu mestre, Nael Pedra. Um dos melhores mestres da Zona Oeste do Rio de Janeiro. Ele me abraçou mesmo sabendo da minha história. Durante 11 meses venho sendo apoiado por ele.


Brasil, atualmente, dá aula de MMA e Muay Thai, na mesma academia onde treina. Essa é a única fonte de renda do lutador, que foca em um novo desafio no octógono.


– Meu próximo combate será em um dos maiores eventos do rio de janeiro, o Victory in War – Fight Night. Vou defender meu cinturão da categoria leve.


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